Últimos dias para o público ver a exposição Nem Tudo Que Reluz no Solar Fábio Prado *

 

Foto meramente ilustrativa.

A mostra, que integra o projeto Contemporâneas Vivara, fica em cartaz até 21 de setembro. São obras de 21 artistas mulheres que refletem sobre as diversas simbologias dos adornos nas culturas e sociedades

Nem Tudo Que Reluz, com curadoria de Ana Avelar, pode ser visitada até 21 de setembro (domingo). O catálogo da mostra será lançado neste sábado (20), às 15h, no Solar Fábio Prado, em São Paulo. A exposição convida o público a mergulhar nos significados simbólicos do adorno na arte contemporânea, explorando como esses objetos podem guardar memórias, expressar identidades e reforçar vínculos de pertencimento. O espaço expositivo conta com obras de 21 artistas mulheres de diferentes gerações, linguagens, origens étnicas e regiões do Brasil, que transformam materiais, tradições e memórias em discursos visuais, ampliando os modos de ver, vestir e habitar o mundo.

Esta exposição faz parte da iniciativa de arte e cultura Contemporâneas Vivara, produzida pela Tête-à-Tête, que celebra a sua 5ª edição ocupando todo o espaço, interno e externo, do Solar Fábio Prado. 

Nem Tudo Que Reluz está dividida em quatro núcleos temáticos complementares, compostos por obras comissionadas, de acervo, bi e tridimensionais, assinadas pelas artistas Amélia Toledo, Bianca Turner, Carolina Collichio, Claudia Lara, Debora Bolsoni, Elle De Bernardini, Julia Pereira, Karola Braga, Kassia Borges, Kimi Nii, Laura Vinci, Maria Lynch, Mavi Morais, Nazareth Pacheco, Rizza, Sandra Lapage, A TRANSÄLIEN, Yohana Oizumi, Rebeca Carapiá, Lidia Lisbôa e Nadia Taquary – as três últimas também estão com obras na 36ª Bienal de São Paulo. 

Além do espaço museológico, que é composto por 32 obras, a exposição transborda para as ruas de São Paulo, em três lugares emblemáticos da cidade: Praça das Artes, Estação Consolação e Banca Paulista, que estão com uma instalação de Rizza, conhecida por transformar ambientes com interferências visuais que exploram luz, óptica e movimento. 

Patrocinado pela Vivara, maior rede de joalheria da América Latina, e viabilizado por meio de Lei Federal de Incentivo à cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal, o projeto é uma iniciativa que enaltece e dá visibilidade às vozes femininas na arte, reunindo uma coletânea de artistas que representa a riqueza cultural e estética da atualidade brasileira, além de facilitar o acesso do público à arte. 

“A Vivara encontra nessa exposição um território fértil para ativar novos sentidos em torno da joia contemporânea. Ao aproximar seu universo do campo da arte, a marca se associa a uma reflexão profunda sobre as potências do adorno na construção de narrativas individuais e coletivas”, comenta Marina Kaufman, Conselheira da empresa. “Mais do que apoiar uma exposição, a Vivara participa de um movimento que enxerga no gesto de adornar uma forma de expressão, conexão e transformação. Em diálogo com artistas e públicos, reafirma-se o valor simbólico das joias como dispositivos vivos de afeto, memória e linguagem.” 

Percurso expográfico
No hall de entrada, o público é introduzido a dois grandes marcos, que dão as diretrizes da mostra: de um lado, um colar pré-histórico, de 8.500 anos, encontrado em escavações no Parque Nacional Serra da Capivara, proveniente do acervo do Museu do Homem Americano; do outro, um conjunto de obras e bijuterias, de Amélia Toledo.

À frente está a primeira sala expositiva, dedicada ao Ritual e Magia, na qual o adorno é apresentado como elemento fundamental para rituais e mitos, conectando-se a tradições ancestrais e ciclos da vida. As obras destacam a força simbólica e mágica desses objetos, que marcam transformações pessoais e coletivas. Nela, estão trabalhos da goiana Yohana Oizumi, que explora o sagrado e o sensorial; da baiana Nadia Taquary, que investiga a cultura afro-brasileira, frequentemente a partir de adornos; e da paranaense Lidia Lisbôa, que se utiliza da autobiografia e dos atravessamentos cotidianos para suas criações de grandes objetos de tecido.

Seguindo à próxima temática, Eterno e Efêmero, a carioca Débora Bolsoni, a goiana Kássia Borges – da nação indígena Karajá –, a paranaense Cláudia Lara e as paulistas Sandra Lapage e Carolina Colichio expõem produções que refletem sobre a dualidade entre o permanente e o transitório, dialogando com a materialidade, o tempo e as formas humanas de se relacionar a partir desses objetos. “As peças nos fazem pensar sobre como os adornos passam entre famílias e gerações, ou como, às vezes, nos adornamos com elementos que não vão durar, mas que têm um sentido simbólico para nós ou para a nossa comunidade, como adornos de palhas, tecidos e plantas”, explica a curadora Ana Avelar.

A relação íntima entre os ornamentos e o corpo, como extensões da identidade e da expressão individual, é apresentada no terceiro espaço, intitulado Vivências e Sentidos. Obras das paulistas Laura Vinci, Nazareth Pacheco e Julia Pereira, da gaúcha Elle de Bernardini e da baiana Rebeca Carapiá convidam os visitantes a refletirem sobre como o corpo ornado se torna um campo de experiências sensoriais e culturais. “Para além do aspecto mágico e mesmo antropológico que o adorno suscita, ele acarreta também questões afetivas em relação a nossa vida atual. Então, nesse espaço há elementos que brilham, como pedras em colares e máscaras, cujos materiais não possuem em si mesmos um valor financeiro significativo. São bonitas pelo o que representam e adquirem valor simbólico e cultural quando se transformam em arte”, conta Ana Avelar, curado da exposição.

Na transição entre a terceira sala e a varanda do Solar, as pessoas passam para o tema  Transcendência e Transformação e atravessam uma escultura olfativa, criada pela paulista Karola Braga, que aromatiza o ambiente, mostrando que o ato de se perfumar também é uma maneira de adornar-se. Em seguida, antes de chegarem ao jardim, encontram a projeção de Bianca Turner, que aborda as ancestralidades do adorno, principalmente a partir da própria vivência familiar cigana da artista.

Bancas Galerias e esculturas no jardim
Espalhadas pelas grandes cidades, as bancas sempre foram pontos de encontro entre o público e os impressos — jornais, revistas, gibis. Além de sua função comercial, carregam uma memória afetiva: lugar de passagem, onde se trocavam palavras e imagens. Hoje, em um tempo em que os impressos se retraem, a banca se reinventa em lugar de arte.

Desta vez serão quatro unidades, feitas em estrutura de contêiner e espalhadas pelo jardim do museu. Uma delas é dedicada ao trabalho da multiartista pernambucana A TRANSÄLIEN, que criou um espaço interativo, colorido e brilhante - como um caleidoscópio -, propondo uma experiência de transformação e identificação de quem se é verdadeiramente. Outra banca, de Yohana Oizumi, é inspirada na tumba da rainha egípcia Nefertari, repleta de dourados, estrelas, vazando um azul celeste. É uma “caverna” que promove uma experiência com o divino.

No terceiro espaço, o ambiente é carnavalesco, divertido e lúdico, criado pela carioca Maria Lynch, no qual os visitantes poderão adornar-se, em referência a uma das maiores festas populares do país. A artista Mavi Morais, de origem Kariri-Sapuyá, da Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, no sul da Bahia, leva para o quarto contêiner seu trabalho com colagens, pela primeira vez fora do ambiente digital e em formato instalativo. A obra faz o encontro entre os adornos e as possibilidades suscitadas pelas narrativas indígenas brasileiras.

Ainda no jardim, há uma escultura fundida em latão, de Rizza, que rompe a terra, e um conjunto de cerâmicas de grande porte da japonesa Kimi Nii, radicada em São Paulo, que faz relação com a geometria botânica. 

Sobre a Contemporâneas Vivara
Criada em 2020, a iniciativa tem como missão aproximar a arte do cotidiano, comissionando obras que ocupam o espaço urbano — murais, instalações, vídeos e poesia — e promovendo uma presença feminina potente, plural e transformadora nas ruas das cidades. 

Ao longo de suas quatro edições, Contemporâneas Vivara percorreu nove cidades brasileiras — São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Florianópolis, Salvador, Olinda e Manaus —, promovendo o encontro entre o gesto artístico e a vida urbana. Mais de 40 artistas já participaram do projeto, criando obras que transformam o percurso diário em experiência estética e poética.

Sobre a Vivara
Referência no mundo da alta joalheria, a Vivara segue há mais de 60 anos o propósito de tornar cada história única e especial. Suas joias levam o mesmo encantamento e delicadeza, dedicado pelos antigos ourives para eternizar os momentos mais especiais de cada cliente. Atualmente, a Vivara é a maior rede de joalheria do Brasil, com mais de 400 lojas nas principais cidades do país.

SERVIÇO:
Nem Tudo Que Reluz - Contemporâneas Vivara
Onde: Solar Fábio Prado — Av. Brig. Faria Lima, 2705, Jardim Paulistano, São Paulo
Quando: até 21 de setembro de 2025
Lançamento catálogo: 20 de setembro, 15h
Visitação: de terça a quinta e aos fins de semana, das 10h às 18h; às sextas, das 11h às 20h; fechado às segundas
Entrada gratuita. Não é necessário retirar ingressos.
Saiba mais emwww.contemporaneasvivara.com.br

Créditos: Bernadete Druzian | A4&Holofote Comunicação

* Este conteúdo foi enviado pela assessoria de imprensa

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