Chamado à reparação *
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Foto meramente ilustrativa. |
Em "Céu azul é tempestade", escritora Patricia Xavier usa ficção para debater reparo da escravidão no Brasil
As possibilidades de reparação pela injustiça
sofrida por pessoas negras escravizadas e os desafios desse processo são o
ponto de partida do livro Céu azul é tempestade, da escritora e
jornalista Patricia Xavier. Por meio de uma narrativa
ficcional, são abordadas as consequências da escravidão e do racismo vividas
pela população negra brasileira nos dias atuais.
Na trama, Tereza e seus filhos Cido e Juninho serão
os primeiros contemplados por uma decisão histórica: a retratação financeira
pelo trabalho dos antepassados escravizados. Bisneta do fundador de um dos
maiores quilombos da região, a protagonista e sua família são escolhidos para
dar início ao recebimento da indenização pela prefeitura da cidade.
A conquista, porém, não é aceita pelos donos das
terras da pequena Águas Correntes, descendentes daqueles que escravizaram os
antepassados de Tereza e de outros habitantes locais. Em uma madrugada, ela
recebe uma ameaça: se aceitar a quantia de dinheiro, seus filhos morrem.
Tereza chorava com
as costas arqueadas, a pressão pra continuar espremia o peito, fazia a cabeça
doer e a garganta fechar. Não saía correndo porque a mente respondia ao corpo
que ela não foi escolhida à toa. Sabia da responsabilidade com as mãos cheias
de rugas, os olhos vazios de esperança, o cansaço acumulado em séculos de
opressão. (Céu azul é tempestade, p. 52)
Oprimida pela escolha entre sua família e a
comunidade, Tereza contará com uma rede de apoio formada pelos filhos, amigos,
a população quilombola local e a presença invisível de seu bisavô Bô, que
acompanha seus passos e com quem se encontra nas rodas de jongo. Porém, a busca
por justiça pode apresentar obstáculos inesperados.
Essa narrativa sensível, que marca a estreia da
jornalista Patricia Xavier na literatura, explora as nuances
do racismo no Brasil e dos laços que se constroem ao combatê-lo. “No meu
primeiro livro, senti que só poderia escrever sobre o que me causa profunda
indignação”, comenta. A obra, que chega também com traduções em espanhol e
francês, é um estímulo a jovens e adultos para discutir as origens das desigualdades,
entender e mudar o Brasil de hoje.
Sobre
a autora: Patricia Xavier é escritora e jornalista, nascida em
São Paulo. É autora de Céu azul é tempestade (Caravana Grupo
Editorial , 2024), romance traduzido para o espanhol e francês. Finalista
do Prêmio Anna Maria Martins 2025 da União Brasileira de Escritores com o
conto Entre
braços, e do Prêmio Off Flip com o conto Proibida de
morrer, publicado pelo Selo Off Flip em 2024.
Instagram: @patriciaxavierescritora_
Créditos:
Maria Clara Menezes | LC Agência de Comunicação
* Este conteúdo
foi enviado pela assessoria de imprensa
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