Educar, escrever, resistir: a palavra como ferramenta de libertação social *
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Foto meramente ilustrativa. |
No mês em que celebramos o Dia do Trovador (18/07) e o Dia do Escritor (25/07), o pedagogo e autor David Santos propõe uma reflexão sobre a palavra como instrumento de formação crítica, enfrentamento simbólico e transformação social
A palavra educa, cura, fere, liberta. No púlpito, na
sala de aula, nas redes sociais ou nos livros, ela é sempre ferramenta de poder
— e quem a domina, molda realidades. É com essa consciência que o pedagogo e
autor David Santos convida o leitor a refletir sobre o papel da literatura, da
oralidade e da educação crítica como pilares de resistência simbólica e
reconstrução social.
Autor do livro “Igreja Enfeitiçada”,
que une espiritualidade e crítica social em forma de narrativa provocadora,
David articula sua experiência como pedagogo com o poder das palavras que
atravessam gerações. “A gente precisa voltar a cuidar do que diz. A palavra
constrói mundos — e o nosso está doente porque deixamos palavras doentes
tomarem conta”, afirma.
No Brasil de 2025, onde discursos extremistas e
narrativas colonizadoras ganham força em diversos espaços — da política à
religião —, escrever é também um ato de coragem. Trovadores e escritores sempre
ocuparam esse lugar ambíguo entre o encantamento e o confronto. Para David,
essa função permanece viva, ainda que transformada. “Hoje, o trovador não está
só na praça com um violão. Está no Instagram com um vídeo, na escola com um
caderno, no culto com uma fala. Onde houver alguém transmitindo uma mensagem
que chacoalha certezas, ali está um trovador do nosso tempo.”
Como pedagogo, David também reflete sobre o poder da
palavra no processo educativo. Uma palavra que não apenas instrui, mas forma,
cura, liberta — especialmente nos contextos periféricos, em que a escola ainda
é um dos poucos espaços de escuta e possibilidade. “A criança precisa se ver na
palavra que ouve. Precisa se reconhecer na história que a escola conta. Quando
isso não acontece, ela aprende que sua existência não importa.”
O livro “Igreja Enfeitiçada” nasceu do desejo de provocar
uma igreja que perdeu o fio da escuta e da ternura. Mas vai além: é um
manifesto sobre como a linguagem pode adoecer ou curar. E como toda fé que
silencia, também mata. “Escrevi para curar. Para denunciar o feitiço da
repetição vazia, do moralismo sem compaixão. Mas também para lembrar que a
palavra pode reencantar o sagrado e reconstruir vínculos quebrados”, diz David.
Celebrar o Dia do Trovador e o Dia do Escritor,
portanto, não é apenas reconhecer ofícios criativos. É lembrar que toda
sociedade precisa de quem conte histórias verdadeiras — mesmo quando doem. Que
a palavra, dita com responsabilidade, pode ser a diferença entre a barbárie e a
transformação.
Como resume David, “o escritor e o educador têm a
mesma missão: romper o silêncio que oprime e dar voz ao que ainda não foi
dito.”
Sobre
David Santos: David é formado em Recursos Humanos, possui
pós-graduação em Psicologia Organizacional e é Bacharel em Pedagogia. É também
autor do livro "A menina que já nasceu criança" e “Igreja
Enfeitiçada: uma análise do poder das narrativas em Judas e Bolsonaro”.
Créditos:
Vivian Roberta Borges Batizelli Koqui | Agência 2205
* Este conteúdo foi enviado pela assessoria de imprensa
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