Pinacoteca de São Paulo celebra a poesia e imagem da artista Neide Sá em mostra antológica *

 

Foto meramente ilustrativa.

A pesquisa da artista busca compreender o poema como objeto gráfico que extrapola o alfabeto, traduzindo a linguagem em signos e ícones visuais

Período: 21.06 - 14.09.2025

São Paulo, 13 de junho – A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição Neide Sá: vida, doce mistério, nas três salas do segundo andar do edifício Pina Luz.

A mostra reúne um recorte significativo da produção da artista, evidenciando sua atuação como arte-educadora, a multiplicidade de linguagens e suportes de seu trabalho e também sua pesquisa de materiais. Essa trajetória responde a questões específicas de cada época: da novidade dos acrílicos, cores e formas de impressão entre os anos 1960 e 1970 ao retorno a narrativas sobre uma origem civilizatória no Brasil, que alcançava 500 anos de chegada dos portugueses na virada dos anos 1990 para os 2000.

As 97 obras em exposição abrangem o período de 1960 até os anos 2000, conectando o começo de carreira da artista a sua produção mais recente. Com curadoria de Lorraine Mendes, a mostra conta com uma sala com obras interativas, como “Momento” (1967), “Reflexível” (1977) e “Nós & nós” (2004).A curadoria deste espaço foi compartilhada com a Área de Ação Educativa da Pinacoteca de São Paulo. Ali, o público pode tocar, interagir e compor seus próprios poemas.

Outra obra icônica que será apresentada é “Ciclo infinito vida-morte” (1968-2010), objeto-poema que, como seu nome anuncia, atravessa o tempo somente para voltar e recomeçar. Dispositivo de leitura desenvolvido pela artista, trata-se de um cubo em acrílico com uma das faces em aço e espelho. Depositado sobre um expositor, esse cubo materializa-se em um livro-metáfora, veículo de uma linguagem codificada criada por Neide em 1968 para refletir sobre a dinâmica e a contínua relação vida-morte-vida.

“Em um fluxo de abrir/fechar, manter/apagar, rever/refazer, viver/morrer, entre os parênteses e colchetes codificados pela artista, entre as camadas de tempo e o acúmulo de dobras, formas e gestos, percebemos um desejo por olhar e desvendar a linguagem e as relações humanas. Vemos a arte como veículo de interação e meio de comunicação, entre fazer refletir e desatar nós, criar e propor caminhos para lidar com aquilo que atravessa o tempo e de alguma forma permanece: a vida.", afirma a curadora Lorraine Mendes no texto crítico.

Sobre a artista
Neide Dias de Sá é uma das fundadoras do movimento de vanguarda Poema/Processo, que teve seu início em 1967. A artista foi uma das responsáveis pela publicação das obras Ponto 1, Ponto 2, Processo e Vírgula, ligadas ao movimento, que marcou sua trajetória e envolvimento com ideais radicais e politicamente engajados. A partir da década de 80, eladebruça-se sobre a criação de obras participativas, em que o corpo do espectador opera como parte integrante da obra de arte.

Em 1976, Neide ingressou na PUC/RJ, onde estudou programação visual, formando-se em 1980. Três anos depois faz pós-graduação em Arte Educação no Instituto Metodista Benett; cursa gravura e fotogravura, com Tereza Miranda; pintura, com Katie Van Sherpenberg e participa da Oficina de Gravura, desenvolvendo pesquisas com gravura em relevo, no MAM/RJ. Em paralelo aos estudos, dirigiu o Núcleo de Arte Heitor dos Prazeres, entre 1966 e 1983.

Participou da Bienal de Veneza em 1978, das Bienais de São Paulo de 1974 e 1978, e da 3ª Bienal Internacional do México, em ­1990, entre outras. Participou da mostra Sol Fulgurante: arquivos de vida e resistência - também com curadoria de Lorraine Mendes, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2024, além de ter obras no acervo da Pinacoteca; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri e Coleção Museu de Arte do Rio.

A exposição Neide Sá: vida, doce mistério é apresentada por Bradesco e patrocinada por Livelo, na categoria Platinum, Mattos Filho, na categoria Ouro e Nescafé Dolce Gusto, na categoria Prata.

SOBRE A PINACOTECA DE SÃO PAULO
A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais em seus três edifícios, a Pina Luz, a Pina Estação e a Pina Contemporânea. A Pinacoteca também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo. B3, a bolsa do Brasil, é Mantenedora da Pinacoteca de São Paulo.

SERVIÇO:
Pinacoteca de São Paulo
Edifício Pina Luz | Segundo Andar
De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)
Gratuitos aos sábados - R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios - válido somente para o dia marcado no ingresso 2o Domingo do mês – gratuidade Mantenedora B3  

Créditos: Erico | Marmiroli Comunicação

 

* Este conteúdo foi enviado pela assessoria de imprensa

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Vidas impressas - Intelectuais negras e negros na escravidão e na liberdade *

Chamado à reparação *

Arouche Aberto *