Ubi Bava: obras do artista contemporâneo são catalogadas e integram primeira monografia sobre a vida do autor *
Foto meramente ilustrativa. |
Artista plástico, arquiteto e professor santista uniu arte, arquitetura e estética em obras que colocam o interlocutor dentro do cenário retratado
Primeira publicação monográfica sobre a obra e a
trajetória do arquiteto, professor e artista plástico Ubi Bava será lançada em
São Paulo, em novembro, pelo recém-criado Instituto Ubi Bava. Como em muitas de
suas obras, que carregam espelhos, o lançamento da publicação ocorrerá
igualmente no Rio de Janeiro, onde Bava passou boa parte da sua vida, dedicado
ao ensino acadêmico. O artista consolida o que há de mais conceitual e avançado
na arte brasileira das décadas de 1950 a 1980. Suas obras suscitam
questionamentos de movimento, de perspectiva, de contemplação e de
transformação do universo óptico. Construtivista, ele próprio chegou a se
considerar uma espécie de concretista lírico, o que naturalmente o colocou à
margem dos movimentos concretista e neoconcretista.
Ubi Bava incorpora à vocação construtiva a vontade para a ordem,
a confrontação com as aspirações de vanguarda e a necessidade de se tornar
intérprete do seu tempo e propulsor de novas ideias. Dedicado intensamente à
academia, o que resultou numa produção artística não muito volumosa, foi
professor por décadas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, posteriormente, a peça-chave na fundação da
Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula, na mesma cidade. Sua atuação no ensino
contribuiu significativamente para a formação da arquitetura no Brasil.
Produzido pela Ayo Cultural, o livro, com 300 páginas e tiragem
de 3.000 exemplares, se constitui numa referência histórica e uma homenagem
tecida a partir de uma pesquisa minuciosa de Teodoro Bava, sobrinho-bisneto do
artista e diretor do Instituto Ubi Bava.
Nascido em 1998, 10 anos após a morte de Ubi Bava, Teodoro
enveredou ainda criança pelo entendimento das obras de arte que vislumbrava nas
paredes da casa dos avós Marieta e Idéo Bava Filho. Aos 13 anos, mergulhou no
universo das criações artísticas de um parente distante, que sequer conheceu,
para auxiliar o avô a inventariar a coleção.
Surgia ali, em 2011, o embrião do livro monográfico, que se materializa agora, e vem agregado a um projeto em estudo para organização da primeira grande exposição panorâmica póstuma sobre o artista. A ideia, segundo Teodoro Bava, é circular por algumas capitais, em espaços de facilidade de acesso do público, como museus, com o objetivo de divulgar e compartilhar a história de Ubi Bava com as gerações futuras.
As imagens, documentos e registros sobre a vida e obra de Ubi
Bava foram registradas por Teodoro durante o período de distanciamento social.
Em 2022, o Instituto Ubi Bava foi fundado como organização sem fins lucrativos
idealizada para preservar e difundir o legado do artista por meio de projetos
como esta publicação. Faz parte da proposta, ainda, a produção futura de um
catálogo raisonné sobre a obra do artista.
A partir daí, a busca por mais referências espalhadas pelo Brasil
e por diversos países do mundo se tornou mais intensa e resultou na
identificação de mais de 400 obras deixadas pelo artista conhecido pela série
“Homenagem ao Espectador”.
A publicação monográfica tem organização de Taisa Palhares, e
conta com ensaios de outros pesquisadores: Fernanda Lopes, a diretora do IAC,
Marilúcia Bottallo, e a colaboração de Giancarlo Hannud na cronologia da vida
do artista. A obra recebeu patrocínio do Bradesco Seguros, por meio da Lei de
Incentivo à Cultura.
As imagens são de obras executadas ao longo de mais de quatro
décadas, desde a fase figurativa nos anos de 1940, passando pela fase
construtivista dos anos 50, a relação dos objetos óticos como elementos
artísticos dos anos de 1960 e 70, até o retorno à pintura nos anos 1980. Tudo
harmonicamente disposto num projeto gráfico inovador, com toques de ousadia e
sofisticação, a cargo da designer Luciana Facchini.
Informações: www.bradescoseguros.com.br/
Créditos: Bernadete Druzian | A4&Holofote Comunicação
* Este conteúdo
foi enviado pela assessoria de imprensa
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