Show Piano Rock na Vibra São Paulo (10.11.2024)

 

O projeto Piano Rock tocou clássicos do Rock e do Pop no Vibra São Paulo neste domingo. Foto: Jorge Almeida


Neste domingo, 10 de novembro, o pianista Glaucio Cristelo apresentou na Vibra São Paulo o seu terceiro show da turnê de seu projeto Piano Rock, acompanhado da Orquestra Sinfônica Villa-Lobos, conduzida pelo maestro Adriano Machado. Mas, antes disso, o pessoal do The Hurricane Brothers ficou responsável pelo "esquenta" no Novo Bar Super Bock, do lado externo da casa.


Por volta das 17h, o público começou a chegar nas dependências do Vibra São Paulo e, perto das 17h50, o grupo, que toca Rock And Roll "das antigas", Rockabilly, Blues, Ska e Jovem Guarda, e tocou clássicos diversos do rock, como "All My Loving", dos Beatles; "Bad Moon Rising", do Creendence Clearwater Revival; "Pobre Menina", hit da jovenguardista; "Walk Of Life", do Dire Straits; "Stand By Me" (de Ben E. King e consagrada por John Lennon); "Come On Let's Go", de Ritchie Valens; "Little Thing Called Love", do Queen. Esbanjando carisma e simpatia, a banda atendeu ao clamor do já tradicional "Toca, Raul!", mandaram ver em "Cowboy Fora-da-Lei"; "Eight Days A Week", mais uma do quarteto de Liverpool; "Sixteen Tons", gravada pela primeira vez em 1946 pelo cantor country norte-americano Merle Travis e que ganhou inúmeras versões, inclusive de Johnny Cash, mas no Brasil ficou bem conhecida com a versão em português intitulada "16 Toneladas" cantada por Noriel Vilela (1936-1975).


E, mesmo com a noite dando suas caras e o público adentrando, aos poucos, para dentro do Vibra SP, o quarteto ainda tocou um clássico dos anos 1980 - "Karma Chameleon", do Culture Club; além do 'medley' maroto à lá Raul Seixas com "Blue Moon Of Kentucky" com "Asa Branca", assim como "Rock Around The Clock", junto com "Brasileirinho", só para citar alguns temas tocados pelo grupo.


Então, por volta das 20h20, as luzes da casa apagaram enquanto no palco começava a apresentação do projeto Piano Rock. Então, após a introdução, o show começou com "The Final Countdown", "hit-mor" do Europe, de 1986, que foi bem executado pelo pianista Glaucio Cristelo, sua banda e Orquestra Sinfônica Villa-Lobos, seguido de outro clássico "puro suco de anos 1980": "Take On Me", do A-ha que, inclusive, com a inserção da parte orquestral parece ter ganho mais peso em relação à versão original dos noruegueses de Oslo. O terceiro tema foi "Tempo Perdido", da Legião Urbana, que Glaucio pediu para o público cantar junto enquanto ele e os demais músicos no palco tocavam, formando praticamente um "karaokê coletivo".


Em seguida, o pianista conversou com o público, contou de seu sonho de um dia tocar com uma orquestra, se emocionou ao falar de seus pais (já falecidos) que lhe apoiaram no começo e disse que a próxima seria um tema do Oasis que, inclusive, compartilhou em suas redes sociais a versão que ele fez do clássico dos irmãos Gallagher. Então, Cristelo pediu para todos cantarem, mesmo sem saber a letra, e mandou ver em "Wonderwall". E uma sacada inteligente foi exibir no telão ao fundo do palco parte das letras ou dos refrãos das músicas à medida que eram tocadas. Depois, vieram "Ordinary World", do Duran Durant; "Sweet Child O'Mine", do Guns N' Roses; "Smooth Criminal", de Michael Jackson; e "Lanterna dos Afogados", d'Os Paralamas do Sucesso, que foi cantada praticamente por todos que estavam presentes.


Na sequência, Glaucio apresentou a sua esposa, Tay Cristelo, que toca baixo em sua banda, deixou o palco em seguida, então, ela empunhou o violão e, antes de tocar, contou a respeito da constituição da família Cristelo, destacando que, em 2012, veio o "maior presente", que foi o filho Lucas. Eis que ela assumiu o vocal e mandou bem demais em "(Out Here) On My Own", que ficou gravada originalmente por Irene Cara, mas que foi gravada também por Nikka Costa em seu autointitulado álbum de 1981, que ficou bastante conhecida. Na sequência, Tay Cristelo chamou o filho do casal, Lucas Cristelo, ao palco e, juntos, mãe e filho cantaram a recente "Die With A Smile", lançada neste ano pela parceria dos norte-americanos Lady Gaga e Bruno Mars.


Posteriormente, o patriarca da família voltou ao palco, contou a respeito de como começou o Piano Rock, em 2006, falou a respeito da sua família e, convenhamos, a harmonia entre eles só fez a entender que Glaucio Cristelo é afortunado (e não estou me referindo a questões relacionadas a dinheiro). E, assim, a família cantou "No Olhar", a única de autoria própria do repertório. De imediato, pai e filho, fizeram um dueto ao piano com "Everybody Wants To Rule The World", de Tears For Fears. O interativo Lucas deixou o palco e o Piano Rock ainda teve "The Logical Song", do Supertramp.

Na reta final, Glaucio disse a respeito de suas (várias) participações no Rock In Rio (tanto no Brasil quanto na Europa) e destacou que um dos pontos altos de sua apresentação fica por conta de "Love Of My Life", do Queen, em que o público canta nos mesmos moldes em relação à versão definitiva do Queen, ou seja, quando Freddie Mercury cantou em duo com o público, e assim foi feito. Na parte final, dois temas pops, "Clocks", do Coldplay, e "Livin' A Prayer", do Bon Jovi.


Bastante ovacionados, o Piano Rock e a Orquestra Sinfônica Villa-Lobos deixaram o palco. Para o bis, sem a orquestra, Glauco fez o famoso "atendendo a pedidos", e fez um medley de alguns temas que foram pedidos pelo público, como "Stairway To Heaven", "Don't Stop Believin'", "Smoke On The Water", "Jump", "Jeremy" e "Have You Ever Seen The Rain?". Então, por fim, ainda vieram "Walk Of Life", com solo de bateria, e "Será", da Legião Urbana.


Enfim, depois de quase duas horas, o público deixou o Vibra São Paulo encarando a 'friaca' paulistana e lamentando que o dia seguinte é segunda-feira, dia de luta na labuta. Mas, em relação ao show, sem palavras para descrever: sensacional, muito bem produzido e executado. Fica a dica para quem não teve a oportunidade de conferir.


A seguir, o setlist da apresentação feita pelo Piano Rock em São Paulo neste domingo.


1. The Final Countdown (Tempest)

2. Take On Me (Furuholmen / Harket / Waaktaar)

3. Tempo Perdido (Renato Russo)

4. Wonderwall (N. Gallagher)

5. Ordinary World (Duran Duran)

6. Sweet Child O'Mine (Guns N' Roses)

7. Smooth Criminal (Jackson)

8. Lanterna dos Afogados (Herbert Vianna)

9. (Out Here) On My Own (Lesley Gore / Michael Gore)

10. Die With A Smile (Mars / Germanotta / Emile II / Watt / Fantleroy)

11. No Olhar (Cristelo)

12. Everybody Wants To Rule The World (Orzabal / Stanley / Hughes)

13. The Logical Song (Hodgson)

14. Love Of My Life (Mercury)

15. Clocks (Berryman / Buckland / Champion / Martin)

16. Livin' On A Prayer (Bon Jovi / Sambora / Child)

Bis:

17. Stairway To Heaven/Don't Stop Believin'/Smoke On The Water/Jump/Jeremy/Have You Ever Seen The Rain? (Page/Plant) (Cain/Perry/Schon) (Blackmore/Gillan/Glover/Lord/Paice) (E. Van Halen/A. Van Halen/Roth/Anthony) (Vedder) (J. Fogerty)

18. Walk Of Life/Drum Solo (Knopfler)

19. Será (Renato Russo / Marcelo Bonfá / Dado Villa-Lobos)


Por Jorge Almeida, com agradecimentos a Costábile Salzano

 

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