Sexagenário redefine os rumos de vida marcada por tragédias *
Foto meramente ilustrativa. |
No romance "História de H.", D.B. Frattini mescla
humor e drama para contar histórias sobre liberdade, luta contra o etarismo,
saúde mental e vínculos afetivos
O título História de H., nova publicação de D.B. Frattini,
já explicita que o romance focará na trajetória de H., um sexagenário que
enfrentou grandes traumas e decide buscar novos significados para a própria
existência após tanto lidar com problemas de saúde mental. Ele é o personagem
principal, mas, assim como na vida real, não é o único protagonista: apesar de
ser o fio condutor da narrativa, seu caminho atravessa o de muitas outras
pessoas que também estão se transformando e redefinindo visões de mundo por
causa e apesar dele.
Por meio de um olhar voltado para a interioridade do
narrador, que percorre memórias familiares e uma solidão inerente de suas
antigas experiências, essa escrita íntima é constantemente rompida pelo contato
com os mais diversos personagens. Em uma polifonia de vozes, a obra apresenta trajetórias
que desafiam dilemas morais e ressaltam a força do afeto no cotidiano.
Mesmo fragilizado, H. continua a se envolver nos
dramas ao seu redor. Há Isabel, a irmã caçula que faz reprodução assistida
depois do antigo cunhado teimar em fertilizar seus óvulos; a cuidadora Lili,
que vive um romance poliamoroso; o farmacêutico Ubirajara que, durante a noite,
é um stripper; o advogado Paulo, que ajuda nos negócios familiares, mas exerce
um trabalho predatório; e Tio Humberto, parente falecido e envolvido em
polêmicas de enriquecimento ilícito.
Vamos enfrentar o
luto, vamos dividir o luto, vamos apostar para ver quem chora mais, hoje fulano
usou uma caixa inteira de lenços de papel, uma caixa grande, vamos sofrer até
esgotar o combustível, o bloco dos enlutados apoiados por terapeutas e seus
compadres batizados pela dor, grupos de ajuda. Derrubaram a maioria das árvores
da rua. A prefeitura corta árvores velhas e muito altas por causa das chuvas
torrenciais. Não é justo. Ficaram quase seis dias sem energia elétrica por
causa das árvores arrancadas pelo vento. Procuro as árvores e encontro os
vestígios: um canteiro vazio; um pedaço de calçada quebrado; um buraco cheio de
raízes mortas. (História de H., p. 53)
A partir desses personagens, o livro recorre ao
trágico e ao cômico na mesma medida. Diante de situações difíceis, irônicas e
inesperadas, cada um deles vivencia uma jornada íntima que permeia temas como a
liberdade do amor, a dificuldade de seguir em frente e escapar da loucura, a
importância dos laços afetivos para a saúde mental e a tentativa de fazer as
pazes com o envelhecimento.
Ao discorrer sobre trajetórias complexas que se
conectam através de suas relações com um homem idoso, D. B.
Frattini revela diferentes mundos em um só. Longe das
caricaturas e dos juízos de valor, História de H. é resultado de uma busca
contínua do autor em escrever histórias múltiplas que convida todos a manter
uma distância de si para perceber e entender os outros.
Sobre
o autor: Mineiro, D.B. Frattini trabalhou por décadas no teatro
e agora se dedica integralmente à literatura. Nas artes cênicas foi dramaturgo,
diretor teatral e ator, além de ter trabalhado em universidades de São Paulo e
do Rio de Janeiro. Especialista em Fundamentos Estruturais da Composição
Artística, Antropologia Teatral e Commedia Dell’Arte. Como escritor, participou
da coletânea “Abraços Ausentes” (Letraria, 2020), publicou o livro de contos
“Bofetada e Êxtase” (Autografia, 2022), o romance “Meninos Suspensos” (Patuá,
2023) e agora História
de H. também pela Editora Patuá.
Redes
sociais do autor:
Instagram: @dbfrattini
Créditos: Maria Clara Menezes | LC Agência de
Comunicação
* Este conteúdo
foi enviado pela assessoria de imprensa
Comentários
Postar um comentário