Luto na música: morre Quincy Jones, produtor e arranjador musical

 

O lendário produtor e arranjador Quincy Jones morreu aos 91 anos neste domingo. Foto: Chris Pizzello/Chris


O lendário músico, produtor, arranjador e compositor norte-americano Quincy Jones morreu neste domingo (3), aos 91 anos, nos Estados Unidos. Segundo o assessor do artista, ele morreu em sua casa, ao lado da família, na região de Bel Air, em Los Angeles. Porém, a causa da morte não foi divulgada.

Quincy Delight Jones Jr. nasceu em Illinois, em Chicago, em 14 de março de 1933, e durante mais de 50 anos na indústria do entretenimento, seu trabalho rendeu cerca de 80 indicações ao Grammy Award, sendo premiado em 27 oportunidades e um Grammy Legends Award em 1991.

Jones descobriu a música ainda na escola primária, onde aprendeu a tocar trompete. Aos 10 anos, mudou-se para Washington e conheceu Ray Charles, que se tornou seu amigo e parceiro musical. Com apenas 18 anos, Quincy Jones recebeu uma bolsa para a Schillinger House (atual Berklee College of Music), mas logo trocou os estudos por uma turnê com o famoso bandleader Lionel Hampton.

Nos anos seguintes, sua habilidade em arranjar músicas o levou a trabalhar com grandes nomes como Sarah Vaughan, Frank Sinatra, Count Basie, além de compor trilhas sonoras de filmes e séries icônicas, incluindo "The Pawnbroker" e "In The Heat Of The Night". No final da década de 1970, sua colaboração com Michael Jackson resultou em álbuns como “Off The Wall” (1979), “Thriller” (1982), o mais vendido da história. Inclusive, foi sugestão do produtor para que Vincent Price fizesse a narração na faixa-título e também que Eddie Van Halen fosse o cara para fazer o solo de “Beat It” e “Bad” (1987). Quincy também produziu o hit de caridade "We Are The World" (1985) para ajudar as vítimas da fome na Etiópia.

Anos depois após o término da parceria com o Rei do Pop, ocorrido nos anos 1990, em fevereiro de 2018, ele se desculpou após entrevistas controversas em que acusou Michael Jackson de roubar canções e dizer que os Beatles eram os piores músicos do mundo.

Além de sua carreira musical, Jones é conhecido por seu ativismo social, fundando a Quincy Jones Listen Up Foundation, que promove educação e cultura para jovens desfavorecidos. Ele também cofundou o Black Arts Festival e trabalha em diversas causas filantrópicas. A trajetória de Jones não apenas revolucionou a música, mas também abriu portas para muitos afro-americanos na indústria e promoveu a união cultural e a responsabilidade social.

Em relação ao Brasil, Quincy era fã da música brasileira, inclusive, creditou a cantora Simone como uma das maiores de todos os tempos, além de ter desfilado na Escola de Samba Portela, em 2006, e apreciava a Bossa Nova.

Descanse em paz, Quincy Jones. Seu legado é eterno.

Por Jorge Almeida

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