Escute Mulheres: DDD - Detalhes do Disco Delas é Finalista do Prêmio Melhores Podcasts do Brasil *

 

Créditos: divulgação

Conduzido pela jornalista e radialista Sarah Mascarenhas, o DDD valoriza a trajetória de mulheres na música brasileira e concorre à premiação que celebra produções pioneiras e independentes no país.

DDD - Detalhes do Disco Dela Avança para a 2ª Etapa do Prêmio Melhores Podcasts do Brasil!

O programa criado por Sarah Mascarenhas celebra a música feminina brasileira e conta com o apoio da votação popular para garantir uma vaga entre os vencedores.

DDD - Detalhes do Disco Dela é um programa inovador que celebra e explora a rica diversidade da música brasileira através da perspectiva de mulheres artistas. Criado por Sarah Mascarenhas, o programa se dedica a contar as histórias por trás dos discos e carreiras de mulheres notáveis no cenário musical. O DDD - Detalhes do Disco Dela convida mulheres da música para discutir discos, preferencialmente autorais, escolhidos pelas próprias convidadas. Sarah Mascarenhas, por sua vez, elabora todo o roteiro de entrevista a partir do disco selecionado. O papo abrange temas como a inspiração por trás da obra, o processo de concepção e lançamento do disco, e um bloco especial dedicado à ficha técnica, incluindo as pessoas e escolhas que influenciaram a produção da obra.

A primeira temporada do DDD - Detalhes do Disco Dela, transmitida pela Rádio Frei Caneca FM, teve sua curadoria focada nas mulheres da música pernambucana, oferecendo uma visão aprofundada das contribuições femininas na cena musical local. Já a segunda temporada, veiculada na Rádio UFSCar, traz as Minas de Sampa, destacando a diversidade e o talento das mulheres da música de São Paulo. O programa é veiculado na Rádio UFSCar às quartas-feiras, às 20h, oferecendo uma plataforma para a visibilidade e apreciação das contribuições femininas na música.

O Prêmio Melhores Podcasts do Brasil é uma competição de votação popular, e o resultado depende do apoio do público. Estamos entre os 10 finalistas, e apenas 3 podcasts serão premiados. O período de votação vai de 23 de setembro a 22 de novembro, e o seu voto é crucial para que possamos continuar contando e celebrando as histórias de mulheres incríveis na música.

Abaixo uma entrevista de Sarah Mascarenha para Flora Miguel:

“Queremos mulheres sendo verdadeiramente escutadas por toda a sociedade” - Sarah Mascarenhas é finalista de premiação pioneira de podcasts

A jornalista, radialista e “fazedora”, como tem gosto em dizer, Sarah Mascarenhas, é uma das vozes mais potentes e influentes da cena cultural de São Carlos e da radiodifusão no país. 

Indicada ao prêmio de Melhor Radialista do WME Awards 2021 e vencedora da edição de 2023, consolidando sua posição no meio, idealizou da revista radiofônica Hora do Sabbat - finalista do Prêmio Profissionais da Música em dois anos consecutivos, 2019 e 2020, e realizada integralmente por mulheres - e o programa DDD: Detalhes do Disco Delas. DDD está na semifinal do Prêmio Melhores Podcasts do Brasil, pioneiro no gênero, na categoria música.

Conversei com Sarah para saber detalhes do programa dela.

Você tem indicações a premiações com o programa Hora do Sabbat, como radialista e agora, com o podcast Detalhes do Disco Delas. Como sua trajetória com rádio e podcast, com o desenvolvimento da Hora do Sabbat e seus desdobramentos, desembocam na idealização desse podcast?
O DD surge pra um edital da Rádio (pública) Frei Caneca FM, do Recife, então ele vem a partir de um olhar muito objetivo do que precisava ser feito. Meu sonho sempre foi colocar a Hora do Sabbat na Frei Caneca, mas como a rádio tinha essa critério do ineditismo, entendi que precisava desmembrar algo do programa que eu já havia realizado, e a partir daí criar algo inédito, abordando a mulher na música. Fiquei pensando em que tipo de programa eu poderia fazer com uma estrutura mínima, entrevistando uma convidada e operando o áudio, e falando de música. Fui escutar programas de rádio dos nossos colegas do coletivo Radialivres, e especialmente o programa Na Ponta da Agulha, do radialista e pesquisador Jorge Lz, me inspirou muito, em especial as edições em que ele aborda um disco inteiro, a partir da sua escuta. Então surge o DDD, nessa perspectiva de falar de um disco a partir de três eixos: conceito/inspiração/criação; momento histórico/contexto político e ficha técnica, ou seja, dar crédito a quem faz da obra musical em questão.

Além de evidenciar o contexto das músicas, a temática e os detalhes da construção de cada um desses discos, que detalhes dos discos delas a gente não saberia se elas mesmas não contassem?
Alguns causos de estúdio - processos de gravação de discos, ensaios, fotos de divulgação, enfim, o entorno da produção de cada disco, que só num papo mais amplo e profundo, além de pessoal, a gente consegue ter acesso. Por exemplo, o quão emblemático foi para a Anelis Assumpção fazer fotos de divulgação para o álbum “Anelis Assumpção & Os Amigos Imaginários", resultando no único videoclipe produzido para o disco. Ou o olhar da Tiê diante da música “A Noite”, versão de “La Notte”, da artista musical italiana Arisa, que ganhou versos em português de Rita Wainer, artista plástica e amiga da Tiê, resultando numa releitura íntima e de sucesso. São histórias que ouvimos quando a artista tem a possibilidade de contar.

Pensar em resgate de memória e história dessas artistas, e de você enquanto entrevistadora, é promover a vitalidade da música feita por mulheres nas diferentes regiões do país. É ainda uma maneira de a/o ouvinte resgatar a sua própria memória afetiva em relação àquela artista, àquela obra. Que memória é essa que está sendo registrada no DDD?
Conforme fui fazendo a primeira temporada, senti a necessidade de olhar para o lugar onde eu estava naquele momento, de onde estava falando. Então acredito que o programa foi criando esse mapeamento de histórias, tendo essa característica de registrar uma cena de artistas mulheres contemporâneas dos territórios. Em 2023, por exemplo, trouxe onze entrevistas, e um conteúdo estendido, de artistas mulheres pernambucanas na música, não só cantoras e compositoras, desestigmatizando os lugares possíveis para essas criadoras, foi possível trazer nessa temporada a primeira trompetista graduada do Nordeste, a Neris Rodrigues, que tem a própria orquestra de frevo de mulheres, entre outros feitos incríveis que traz muita potência e representatividade para a região. Conversei com DJs, pesquisadora e curadoras de música, além de autoras e intérpretes. Sinto que a riqueza de cada história vai se amplificando a partir dessa premissa regional, porque colocamos mesmo uma lupa na história criativa de cada uma, e essas histórias criativas vão ser atravessadas por onde viveram, vivem e atuam essas artistas. E é sempre muito emocionante falar desses discos e fazer esse programa.

Qual a importância dessa indicação ao prêmio MPB - Melhores Podcasts do Brasil?
Esse é o primeiro prêmio de podcasts do Brasil e essa é a maior importância de estar entre os programas finalistas. Poder fazer parte desse escopo de primeiros programas de podcast (contando produções do país todo) a serem reconhecidos e premiados é reforçar o pioneirismo do Detalhes do Disco Delas, e visibilizar as produções de realizadoras mulheres. São poucas mulheres concorrendo nas suas várias categorias, por isso reforço a importância de votar nelas e impulsionar essas produções, muitas vezes independentes, assim como é a produção do DDD. Dá pra votar até o dia 22 de novembro no site da premiação: https://www.premiompb.com.br/. E dá pra votar uma vez por dia com um e-mail diferente, daqui até o dia 22. Votem porque queremos mulheres do meio ganhando destaque e, no horizonte ideal, queremos mulheres sendo verdadeiramente escutadas, por toda a sociedade. Escutem mulheres, temos muito a dizer.

ESCUTE AS DUAS TEMPORADAS AQUI

DDD Temporada 2: https://open.spotify.com/playlist/0Fj6Yyeg8tRkfKJscY0uDM?si=rkcC3sumRYKXn3sIKfqItQ&pi=u-Df8DBOavS462

Para que o DDD possa se tornar o grande vencedor do Prêmio Melhores Podcasts do Brasil, é possível participar e votar pelo site premiompb.com.br, diariamente.

Flora Miguel é jornalista, comunicadora e produtora cultural e poeta. É colunista do programa Hora do Sabbat, idealizadora da agência de assessoria de imprensa Da Lira Cultural e autora de “tempo sem cruz”, “IRA” e “casa de praia”.

Créditos: Sarah Mascarenhas

* Este conteúdo foi enviado pela assessoria de imprensa

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