Em diálogo com José Saramago, Jota Mombaça e Paul B. Preciado, Coletiva Profanas faz novas apresentações da peça E Se Sempre Fosse Dia? *
Foto meramente ilustrativa. |
Com texto e direção Morgana Olívia Manfrim e uma parceria com a Celeuma Coletiva, o espetáculo faz uma metáfora da branquitude no Brasil
Imagine viver no apocalipse enxergando apenas claridade. Partindo
dessa premissa, a Coletiva Profanas, em parceria com a Cia
Celeuma Coletiva, criou o espetáculo distópico e
performativo E se Sempre Fosse Dia?, que faz uma
apresentação única no Centro Cultural Olido (Avenida São João,
473 - Centro, São Paulo ) dia 4 de dezembro de 2024, quarta, às
19h30.
Inspirada
pela literatura de José Saramago, Jota Mombaça e Paul B. Preciado, a dramaturga
e diretora Morgana Olívia Manfrim escreveu uma metáfora da
branquitude no Brasil. Na trama, durante um casamento em uma cidade do
interior, o público entra em contato com alguns personagens alegóricos que
precisam lidar com uma “cegueira branca” que vêm contaminando os moradores
locais.
Durante
a narrativa, construída de maneira cronológica, bispos, peões, fazendeiros,
políticos e uma noiva apresentam a visão e as atitudes extremas das diversas
classes reagindo ao apocalipse branco. Inclusive, há a presença de narradoras
para conduzir a história – e essas personagens são a Visão e a Cegueira.
“Queremos
provocar uma reflexão profunda sobre as perspectivas embranquecidas em nossa
nação. O espetáculo traz a discussão do que é ser branco como um ato de nomear
o que se diz ser a norma. Nomear a norma, é isso que queremos. A branquitude
cisgênera é uma identidade e não o natural. Falar de afetos e formas de relação
é um ato político”, conta Morgana. Por isso, a única personagem que enxerga é
uma atriz negra.
Em
cena estão Bruna Ribeiro, Débora Lima, Esther Queiroz, Fortes Silva, Iolanda
Souza, Isabela Suckow, Joana Mocarzel, Luna Gandra, Pedro Pechefist, Rodrigo
Medinilla, Suya, Thiago Ribeiro, Valquíria Pimentel e Willian Lansten.
A
trilha sonora, composta por Bruna Ribeiro e Lari Finocchiaro, evoca a atmosfera
de uma fazenda. Por isso, as canções exploram as sonoridades do violão e das
violas. Há também uma canção de Iara Ferreira e outra de Joana Mocarzel.
Para
o cenário, Max Ruan deu bastante ênfase à claridade, e, por esse motivo, há
muitos elementos brancos – incluindo o linóleo. O figurino de Suya Tatsuya Ito
também segue essa linha, mas, aos poucos, tudo se torna manchado de sangue.
Já
a luz de Sun Conquista mantém essa ideia. “Há até um momento em que
distribuímos óculos escuros para a plateia, porque a iluminação fica bem
intensa”, comenta a diretora e dramaturga.
Entre
os dias 8 e 30 de junho deste ano, E se Sempre Fosse Dia? fez
16 apresentações na SP Escola de Teatro. Para essas novas sessões, o espetáculo
passou por algumas transformações, como o elenco e a duração, que diminuíram.
Sinopse: E se sempre
fosse dia? Nunca escurece, sempre claro, sempre branco. A obra apresenta um fim
do mundo pelo intenso e quente sol como uma metáfora da branquitude no Brasil.
Um casamento acontece numa cidade do interior, alguns personagens alegóricos
convivem nessa distopia de uma “cegueira branca” que vêm contaminando os
moradores dessa cidade. Bispos, peões, fazendeiros, políticos e uma noiva
apresentam a visão e as atitudes extremas das diversas classes reagindo ao
apocalipse branco.
Créditos: Daniele Valério | Canal Aberto
* Este conteúdo
foi enviado pela assessoria de imprensa
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