Bienal do Mercosul anuncia artistas e espaços da sua próxima edição *
Com Raphael Fonseca como curador-chefe, 14a. edição da Bienal do
Mercosul se estenderá por dois meses na capital gaúcha com 76 artistas de
diferentes geografias e intensa programação cultural e educativa
A Fundação Bienal do Mercosul divulgou nesta terça-feira,
19, a lista de artistas e espaços culturais que receberão a mostra no próximo
ano. Tendo como conceito central a ideia de “Estalo”, a exposição tem abertura
marcada para 27 de março de 2025 e se espalhará por 18 diferentes espaços em
Porto Alegre, sendo alguns deles inéditos na programação da Bienal.
O conceito curatorial da exposição tem como
principal objetivo lidar com a noção de transformação. Em um estalar de dedos e
em um breve fragmento do tempo, nossos corpos e a natureza, por exemplo, passam
por transformações de diversas magnitudes. Das metamorfoses que surgem
silenciosamente em nossos organismos aos movimentos bruscos e ruidosos - viver
é sinônimo de nunca estarmos em um lugar estável e seguro. Durante 66 dias, a
mostra se espalhará pela cidade, reunindo obras de 76 artistas de diversas regiões
do mundo, apostando nos intercâmbios entre os diferentes contextos sociais e
linguagens artísticas como uma forma de se aproximar da multiplicidade das
experiências entre arte e vida.
Ao longo de dois anos de trabalho, a equipe
artística liderada pelo curador-chefe Raphael Fonseca, além dos curadores
adjuntos Tiago Sant’Ana e Yina Jimenez Suriel, e da curadora assistente
Fernanda Medeiros, desenhou um programa de exposições e atividades que trazem
para a cidade de Porto Alegre uma grande diversidade de obras, interesses e
visões de mundo sugeridas pelos artistas reunidos. São projetos artísticos que
refletem seus contextos geográficos e culturais em um campo que vai do
interesse pela abstração a projetos mais documentais. É esse zigue-zague de
diferentes pesquisas artísticas que interessa essa edição da Bienal.
A 14ª Bienal do Mercosul propõe atingir uma
quantidade maior e mais diversa de público – investindo numa aproximação da
arte tanto com a audiência local quanto global. Esse dado também fica evidente
na lista de artistas, que tem uma presença considerável de representantes da
América Latina e Ásia. Dos 76 artistas que integram a mostra, cerca de 65% são
de artistas internacionais e grande parte dos trabalhos é comissionado.
Além de estar presente em lugares já constantes na
história da Bienal como o Farol Santander, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul
e a Usina do Gasômetro, esta edição se caracteriza por estar presente em outras
regiões da cidade como nos bairros da Lomba do Pinheiro e Restinga, em unidades
do Estação Cidadania, além de estarem também, pela primeira vez, na Cinemateca
Capitólio, no Pop Center, no Museu do Hip Hop e na Fundação Vera Chaves
Barcellos, em Viamão. Acredita-se que, desta forma, o evento se amplia e forma
um novo público na região da Grande Porto Alegre.
Raphael Fonseca reitera a vocação da Bienal em
estabelecer conexões com diferentes geografias: “Porto Alegre e o estado do Rio
Grande do Sul são espaços multiculturais com muitas camadas de complexidade
cultural e histórica. Nada mais justo que uma edição da Bienal do Mercosul
também possa, dentro dos limites de qualquer grande evento dedicado às artes
visuais, espelhar essa diversidade e contribuir com um maior conhecimento de
tão interessantes artistas por um público amplo”, afirma o curador-chefe.
Também uma novidade na 14ª Bienal do Mercosul, é a
curadoria dos Programas Públicos, assinada por Anna Mattos e Marina Feldens.
Será realizada uma série de atividades que ativarão diferentes centros
culturais, museus e espaços públicos da cidade de Porto Alegre, através de
palestras, eventos, exibições de filmes, festas, saídas de campo, oficinas e
muito mais. O objetivo dos Programas Públicos da Bienal é fazer com que a
mostra reverbere além das exposições, propondo um constante “estado de bienal”,
cuja sua construção acontece através da experiência dos públicos.
Além dessas atividades, a 14ª Bienal do Mercosul
organiza duas publicações concebidas a partir de uma perspectiva transversal à
proposta curatorial. A primeira delas será lançada na abertura da exposição e
tem como objetivo trazer para a conversa reflexões que se relacionam com as
abordagens conceituais da 14ª Bienal, dando especial atenção às discussões
sobre o sistema perceptivo da espécie humana. Ela será composta por ensaios e
textos literários encomendados a autores como o escritor gaúcho José Falero, a
neurocientista Andrea Gómez, o físico quântico Iordanis Kerenidis, o escritor
Karim Kattan e a artista e dj Hannah Katherine Jones. O segundo, a ser lançado
no final da Bienal, é o catálogo. Concebido como um ensaio visual, esta
publicação será não apenas a memória do projeto expositivo, programa
educacional e programas públicos, mas também um registro da evolução das
discussões que acompanharam sua concepção. As publicações são gratuitas. Ambas
estarão disponíveis também em formato digital no site da Bienal Mercosul.
A identidade visual desta edição foi elaborada pelo Estúdio Margem, sediado em São Paulo. Recorrendo a cores presentes nos espectros da refração da luz e utilizando de mistura de fontes de diferentes períodos da história da tipografia, o Estúdio propõe uma imersão em cores vibrantes e saturadas que conferem um frescor à marca da bienal. Enquanto isso, o pensamento arquitetônico e projeto expográfico da Bienal são assinados por Juliana Godoy, que dá prosseguimento ao seu interesse em sugerir uma unidade espacial e narrativa visual mesmo com um projeto dessa envergadura que lida com espaços tão diferentes entre si.
A 14ª Bienal do Mercosul é viabilizada pelas Leis
Federal e Estadual de Incentivo à Cultura, patrocínio master Santander e
Banrisul e apoios premium de Renner e Blue Ville . É uma realização da Fundação
Bienal do Mercosul, Ministério da Cultura e Governo Federal, com financiamento
do sistema Pró-Cultura da Secretaria da Cultura do Governo do Estado do RS.
O Banrisul, dentro do Programa Reconstruir RS,
anunciou a destinação de R$ 25 milhões para a retomada do setor cultural do
Estado, fortemente atingido pelo evento climático extremo e sem precedentes
ocorrido este ano no RS. Desses recursos, faz parte o apoio do Banco ao projeto
da Bienal do Mercosul. Segundo o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, a
iniciativa do Banco para a área cultural foi histórica. “Entendemos a
importância destes recursos para o setor, para as economias locais e,
principalmente, para a sociedade gaúcha, o que fortalece a nossa identidade. É
recompensador apoiar tantas iniciativas culturais que celebram nossa arte,
nossos artistas e os valores que representam a alma alegre e aguerrida de nosso
povo, neste momento de superação”, ressalta.
Criada em 1996, a Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul é uma instituição que tem como missão desenvolver projetos culturais e educacionais na área de artes visuais, adotando as melhores práticas de gestão e favorecendo o diálogo entre as propostas artísticas contemporâneas e a comunidade. Reconhecido como o maior conjunto de eventos dedicados à arte contemporânea latino-americana no mundo, oportuniza o acesso à cultura e à arte a milhares de pessoas de forma gratuita.
Nestes cinco anos de atividades, o Farol recebeu 22
exposições de artes visuais, em diversas temáticas, com artistas nacionais e
internacionais. Em 2022, ampliou sua atuação cultural com concertos de música
clássica e popular, além de espetáculos de dança. Projetos conectados à
gastronomia, como o Restaurante PopUp!, de inovações culturais, como o
Extensões e o Farol.Live, também passaram a ocupar o edifício. Neste mesmo ano,
iniciou sua participação na Bienal do Mercosul.
Em março de 2025, o Farol Santander Porto Alegre
abrirá novamente suas portas para o público com a 14ª Bienal do Mercosul, após
um período de recuperação do subsolo do edifício, que foi atingido pela
enchente no primeiro semestre de 2024.
Créditos: Cristine Penna | Grupo Lins Ferrão
* Este conteúdo
foi enviado pela assessoria de imprensa
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