A história não contada de Ana Preta *
Foto meramente ilustrativa. |
Escritor e jornalista J. Londe reconstrói a saga da heroína da Guerra do Paraguai que se tornou símbolo de luta
Assim como tantas mulheres na história do Brasil, Ana Preta poderia
ter sua trajetória invisibilizada se não fosse o trabalho do escritor e
jornalista J. Londe. No livro homônimo, ele revive a atuação da
mulher pobre e negra de Minas Gerais, que lutou corajosamente durante
a Guerra do Paraguai (1864-1870), conflito responsável por ceifar a vida de
aproximadamente 130 mil brasileiros.
O romance histórico Ana Preta retrata a
determinação, coragem e ousadia da protagonista em acompanhar o marido Zé
Mulato junto com o Exército de Caxias, numa época em que crianças e mulheres
não eram aceitas no contingente. Mas, para ela ficar em Uberaba, seria uma
condenação à prostituição ou até mesmo à morte. Nestas condições, Ana partiu
para um futuro incerto, sem dinheiro, roupas ou comida.
Em campo, era conhecida pelo desprendimento, pois nunca abandonava os
soldados feridos, nem mesmo quando as forças inimigas armaram uma emboscada
contra o exército brasileiro. Ela enfrentou varíola, cólera, fome e sede, mas
nada se comparou com a dor da morte do amado durante uma batalha. Como forma de
reivindicar a humanidade que lhes foi negada ao longo da vida, Ana caminhou a
pé de volta para o Brasil, com o corpo do marido nos próprios braços, para
enterrá-lo em terra natal.
Neste meio tempo, encontrou um tenente ferido. Não conseguiu deixá-lo
para trás e também o carregou nos próprios braços. Assim andava por volta de
quatrocentos metros com o corpo do companheiro morto, colocava-o no solo e
voltava para buscar o outro homem. Quando não tinha mais tantas forças,
conseguiu enterrar o marido em solo brasileiro. Já o tenente se salvou graças a
seus esforços. Ana morreu colérica e sozinha no Brasil.
A partir de uma pesquisa minuciosa com uma prosa rica em detalhes, J.
Londe apresenta outros personagens que não são lembrados pela
"história oficial", como Tião Arlindo, um minerador de diamantes
fugitivo por assassinato; Pedro Barroso, peão jurado de morte; e Magaref, um
açougueiro filho de escrava. Juntos da protagonista, eles são envolvidos nas
dificuldades e sacrifícios da guerra, conduzindo o leitor a uma profunda
reflexão sobre a condição humana em tempos de adversidade.
Ao abordar temas como racismo, pobreza, misoginia, analfabetismo,
promessas do Estado não cumpridas e empobrecimento da população no
pós-guerra, Ana Preta demonstra a importância de
preservar a memória e compreender o passado como fator essencial para resgatar
a identidade de uma comunidade brasileira marginalizada há séculos.
FICHA TÉCNICA
Título: Ana Preta
Subtítulo: Histórias de Minas
Autor: J. Londe
ISBN: 9786501111384
Páginas: 160
Preço: R$ 57,14 (livro físico) e R$ 34,92 (e-book)
Onde comprar: Clube de Autores | Amazon | Estante Virtual
Sobre o autor: O
mineiro João Batista Londe é jornalista, orquidólogo, especialista em
Biologia pela Universidade Federal de Lavras (MG) e licenciado em matemática e
em ciências biológicas. Escritor permanente das revistas literárias: “Poetas
Brasileiros” e “Arte Literária”; ele é membro Imortal da Academia Internacional
de Literatura Brasileira com sede em Nova Iorque (EUA) e possui o título de
Imortal da Academia Interamericana de Escritores, com sede em Fortaleza (CE).
Em 2024, a obra Ana Preta, que possui imagem de
capa gerada por inteligência artificial e associada à arte de Alexandre
Monteiro Londe, recebeu o Prêmio de Melhor Capa de Livro pela Academia
Interamericana de Escritores.
Instagram do autor: @jlondeescritor
Créditos: Maria Clara Menezes | LC Agência de Comunicação
* Este conteúdo
foi enviado pela assessoria de imprensa
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