Reggae Live Station (com Mato Seco, Pato Banton e The Wailers) no Espaço Unimed (20.10.2024)
The Wailers foi o headliner do Reggae Live Station, que aconteceu no Espaço Unimed. Foto: Jorge Almeida |
Em um domingo friorento, sem a concretização de
alarde de caos que as autoridades previam, o Espaço Unimed foi o local em que
aconteceu o Reggae Live Station, no final da tarde, com três atrações: Mato
Seco e os internacionais Pato Banton And The New Generation e The Wailers, que
levaram muito reggae, pedidos de paz e defesa às causas humanitárias.
E, em uma pontualidade britânica, o Mato Seco abriu
o evento às 18h, com a atualíssima "Resistência", com pedidos
de paz à Palestina e pelos direitos humanos, depois vieram outros temas que
consagraram a banda ao longo de seus 22 anos de estrada, como "Tempo de
Acordar", "Vou Na Fé", "Visão Moderna".
E, antes de prosseguir, o vocalista Rodrigo Piccolo mandou um salve à Jamaica
e, ao longo da execução de "Vou Pedir a Jah", o tecladista
João Paz tremulou a bandeira jamaicana enquanto o guitarrista Eric Oliveira
fazia a mesma coisa com a bandeira Rástafari.
Depois, em "Um Novo Lugar", mais
mensagem de esperança, renovação e mantermos o foco nos nossos objetivos e que
a vida é feita de altos e baixos, com direito à citação ao Salmo 23.
Em meio às louvações a Jah, Bob Marley e ao
"roots rock reggae", o show do grupo foi finalizado com essa
excelente sequência: "Navegantes da Ilusão", "Brilho
do Sol", "Tudo Nos É Dado (Só Nos Falta Fé)" e "Pedras
Pesadas".
E, com cerca de uma hora de atuação, a banda
encerrou a apresentação, com destaques para uma faixa vermelha amarrada no
braço de cada integrante.
Durante a pausa de meia-hora, um DJ passava o som na
pick-up. Então, às 19h30, foi a vez do britânico Pato Banton com a sua The New
Generation se apresentarem e, ao longo de uma hora e vinte de performance, o
cantor trouxe seus temas que fazem parte de seus mais de 40 anos de carreira,
como "Reggae Party", "Brothers & Sisters",
"Stay Positive", "Legalize It!", "Heal
This World", "Groovin'", entre outros.
Esbanjando ótima forma e muito carisma, Pato Banton
mostrou que o idioma não serve como barreira para dialogar com os fãs. Antes de
cantar "Stay Positive", a terceira música da noite, pediu a
presença de um intérprete no palco, que traduziu para o público a sua mensagem
e, antes de continuar, pediu para a galera fazer o "high-five" (cada
pessoa bater a palma na mão na mão de outra pessoa). Após a música, o britânico
cometeu uma gafe ao dizer "I love you, Curitiba!" e, depois de
perceber o equívoco, tentou se esquivar com "I love you, São Paulo! I love
you, Florianópolis!". Mas tudo bem.
Depois que cantarolou "Legalize It",
Pato Banton pediu para o público orar para a Amazônia e clamou em português:
"Por favor, salvar a Amazônia!", e concluiu afirmando que orou para
todos no Brasil por paz e amor. Ao longo do show, o cantor interagiu bastante
com o público, que o atendeu prontamente, e deu bastante destaque para a tecladista
Antoinette Rootsdawtah que, não por acaso, é a sua esposa.
Ao longo da execução de "Tudo de Bom",
Pato Banton recebeu um bilhete em forma de coração de uma fã mirim. Banton
acabou convidando uma garotinha ao palco para fazer um dueto de “Go Pato”, um
de seus maiores hits. “Ela me deu esse coração“, disse ele mostrando o presente
que recebeu da pequena fã aos espectadores. “Você cantará comigo?“, perguntou
para a menina, que logo concordou. A criança, de nome Vitória, cantarolou junto
com a menina uma parte da música, chegando a deixar a fã "sozinha" no
palco cantando e, claro, por conta do nervosismo, não conseguiu prosseguir
cantarolar o restante da música, enquanto isso, Pato Banton aparecera de
surpresa no corredor que separava a pista Premium da pista comum e, de lá,
cantou o restante da música. Na volta para o palco, terminou a canção de 1992
junto com a mini fã e, ao final, o público foi ao delírio e ecoou o nome de
Vitória.
Na continuidade do show, Pato Banton voltou a chamar
o intérprete para falar a respeito de sua camisa, que estava escrito "Unbunto", e explicou do que se
tratava. Segundo Banton, é um documentário produzido por ele na África, que
rendeu mais de 18 prêmios internacionais e que será lançado em janeiro.
Intitulado "The Spirit Of Ubuntu", a música foi filmada no
local porque fará trecho de um videoclipe. Antes disso, Pato Banton
"ensaiou" com a plateia como o "jogo de braços". O show de
Pato Banton encerrou por volta das 20h50.
E o protocolo para o gran finale foi o mesmo: um
intervalo de 30 minutos com DJ tocando músicas na pick-up. Logo, para delírio
dos presentes, às 21h20, o The Wailers iniciou o tributo a Bob Marley começando
com "Lively Up Yourself", acompanhada por uma trinca de
clássicos, como "Is This Love", "No Woman, No Cry"
e "Stir It Up", tudo com muita energia e com os vocais
comandados pelo holandês Mitchell Brunings, que esbanjou carisma e performance
enérgica.
Em seguida, o guitarrista Wendel "Junior
Jazz" Ferraro foi ao microfone, cumprimentou o público e contou que era o
último show da turnê comemorativa dos 40 anos do álbum "Legend", então, assumiu os vocais
em "Waiting In Vain". Depois, veio outro hit: "I Shot
The Sheriff" (que curti bastante, porém, que me desculpem, mas ainda aprecio
mais a versão do Eric Clapton, talvez, por ser um 'cleptonmaníaco'). E, com
muito suingue, a banda ainda mandou outros sucessos, como "Three Little
Bird", a 'dobradinha' "Every Little Thing" e "One
Love", e "Jamming" que, durante sua execução, os
integrantes foram apresentados pelo vocalista, ainda vieram "No More
Trouble". E, antes de seguir, o baixista Aston Barrett Jr., filho de
Aston Barrett que foi baixista da banda de Bob Marley, que foi ao microfone,
dialogou um pouco para o público e aproveitou para dizer que tratava-se de seu
aniversário e, claro, o público ensaiou um "Happy Birthday To You",
mas o show seguiu com "Get Up, Stand Up" e "Exodus".
Então, após uma breve pausa, os Wailers voltaram
para um dos pontos altos do show: a balada "Redemption Song",
em que Mitchell Brunings pediu para a plateia acender as luzes do celular,
formando um bonito cenário, e o público cantando junto. De imediato, o
vocalista cantou "Happy Birthday" para o aniversariante do
dia, que foi reforçado pelo público. Então, na reta final, deu tempo para
"Kinky Reggae", "Love Should Be Free New Song"
e, para finalizar, "Could You Be Loved".
O show dos Wailers terminou por volta das 23h, com o
público saindo, muito indo em disparada em direção à Estação Barra Funda, que
estava lotada por conta da presença de muita gente retornando do Knotfest 2024,
que ocorrera no Allianz Parque, ali na região. E, assim, os fãs foram embora
satisfeitos com o que viram, exceto dos corinthianos que estiveram no local e
ficaram frustrados por conta do resultado do segundo jogo das semifinais da
Copa do Brasil (empate em 0 a 0 contra o Flamengo que levou o rubro-negro à
decisão contra o Atlético Mineiro).
Aliás, vale destacar o clima pacífico de todo o
evento, com a qualidade do som muito boa e a impressionante pontualidade das
bandas. Muito bem organizado.
Por Jorge Almeida, com agradecimentos a Simone Catto
Joia e Fabiana Villela.
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