Pato Fu: 25 anos de "Isopor"

"Isopor", do Pato Fu, completa 25 anos de lançamento em 2024

Nesta quinta-feira, 10 de outubro, o quinto disco de estúdio do Pato Fu, "Isopor", completa 25 anos de lançamento. Produzido por Dudu Marote, a obra saiu pela BMG (Sony Music). Com experimentações, bons arranjos associados ao timbre e a afinação de Fernanda Takai, o play é considerado um dos melhores trabalhos da banda.

O pop agradável de "Televisão de Cachorro" (1997) foi aprimorado e o trabalho do grupo mineiro é ideal para o ouvinte se aprofundar nas harmonias e se deixar conduzir.

O disco começa bem com a sua excelente "Made In Japan", cantada de forma magistral por Fernanda Takai em japonês, enquanto John Ulhoa fizera a voz do "blackjap". Em um pop que mistura Björk com Pizzicato Five (que parecem terem sido fontes de inspiração em quase todo o disco). Vale destacar o balanço da música com o baixo preciso de Ricardo Koctus. Em seguida, vem a faixa que dá nome à obra, que tem o baixo distorcido que contrasta com a voz sussurrada e delicada de Fernanda. Na sequência, vem "Depois", um pop com riff marcante e um refrão grudento e que tocou com certa regularidade nas rádios na época. A faixa posterior é "Um Ponto Oito", uma melancólica canção que fala a respeito de um atropelamento a um andarilho, que "não morreu por um triz". Enquanto isso, em "Imperfeito", que tem uma pegada de Jovem Guarda, com os vocais de Fernanda Takai lembrando um pouco os de Rita Lee nos tempos d'Os Mutantes. E a obra chega ao meio com "Morto", em que John assume os vocais, cuja letra faz uma crítica social.

A segunda parte da obra começa com "O Filho Predileto do Rajneesh", da banda Sexo Explícito, e que, apesar de sua abordagem de teor feminino, foi escrita por um homem (Rubinho Troll). É a faixa mais Rock 'N' Roll da obra. A faixa oito é "Perdendo Dentes", um pop maduro dona de uma letra excepcional e interpretação idem. Posteriormente, em "Saudade", um popzinho inspirado na cantora islandesa. A penúltima canção do tracklist original é "O Prato do Dia", que traz uma guitarra rasgada e uma boa letra de John, com um ar nonsense. E, para encerrar o repertório original do álbum, "Quase", uma melancolia quase confessional cantarolada por John Ulhoa ao violão.

O disco ainda foi lançado posteriormente com três faixas bônus: "Olimpíada 2000", em virtude dos Jogos Olímpicos daquele ano, assim como uma versão "extended mix" de "Made In Japan" e "Perdendo Dentes", gravada ao vivo no estúdio da MTV.

O álbum foi bem recebido, rendendo à banda o certificado de ouro, e é, sem dúvidas, um dos melhores trabalhos não só do Pato Fu, como dentre os lançados em solo tupiniquim nos maravilhosos e saudosos anos 1990.

A seguir, a ficha técnica e o tracklist (com faixas bônus) da obra.

Álbum: Isopor
Intérprete: Pato Fu
Lançamento: 10 de outubro de 1999
Gravadora/Distribuidora: BMG (Sony Music)
Produtor: Dudu Marote

Fernanda Takai: voz (exceto em "Morto" e "Quase") e guitarra-base em "Imperfeito"
John Ulhoa: guitarras, violões, teclados, batidas em "Made In Japan", "Isopor", "Morto" e "Um Ponto Oito", baixo eletrônico em "Isopor" e "Quase", voz distorcida em "Um Ponto Oito", voz "blackjap" em "Made In Japan" e voz solo em "Morto" e "Quase"
Ricardo Koctus: baixo e E-Bow em "Isopor"
Xande Tamietti: bateria e percussão

1. Made In Japan (Robinson Moshi / John Ulhoa)
2. Isopor (John Ulhoa)
3. Depois (John Ulhoa)
4. Um Ponto Oito (John Ulhoa)
5. Imperfeito (John Ulhoa)
6. Morto (John Ulhoa)
7. O Filho Predileto do Rajneesh (Rubinho Troll)
8. Perdendo Dentes (John Ulhoa / Fernanda Takai)
9. Saudade (Gerson Freire / Fernanda Takai)
10. O Prato do Dia (John Ulhoa)
11. Quase (John Ulhoa)
Faixas Bônus:
12. Olimpíada 2000 (John Ulhoa)
13. Made In Japan (Extended Mix) (Robinson Moshi / John Ulhoa)
14: Perdendo Dentes (ao vivo) (John Ulhoa / Fernanda Takai)

Por Jorge Almeida

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