Massacration: 15 anos de "Good Blood Headbanguers"
"Good Blood Headbanguers", do Massacration, completa 15 anos em 2024 |
O segundo trabalho dos deuses do metal, Massacration, o álbum "Good Blood Headbanguers" (sim, com um erro ortográfico proposital), completa 15 anos de lançamento nesta quinta-feira, 10 de outubro. A obra teve a produção de Roy Z e que saiu pela EMI. A "banda" trouxe uma mudança no visual: deixou o "couro do Judas Priest" e adotou as "roupas justas e coloridas do Poison", como se deixassem o Heavy Metal clássico para adotar uma postura mais ligada ao Hard Rock/Glam Rock.
O hiato
entre esse álbum e o anterior - “Gates Of
Metal Fried Chicken Of Death” (2005) -, de quase quatro anos, ocorreu
devido à disputada agenda e turnês que o filhinho do deus metal, Detonator, e
sua trupe tiveram nesse período. Mas, depois de tanto tempo, "a banda da
galera" soltou "Good Blood
Headbanguers", que, apesar de ter o instrumental mais aprimorados e a
parte lírica mais bem escrita e criativa, em termos de "clássicos eternos
e absolutos do Metal", ficou aquém de seu antecessor.
O álbum não
traz uma temática específica, mas sim, digamos, incomuns. A começar pela faixa
que abre o disco, "Hammercage Hotdog Hell", que fala de um
certo acepipe que é bem popular nas ruas do Brasil e que tem Osasco (que não é
citada na música) como sua "capital", ou seja, o clássico
"dogão" de rua com suas dezenas de ingredientes. A faixa seguinte é
uma das melhores da obra: "The Mummy", que foi o primeiro
single, e traz a participação especialíssima de Falcão que, apesar de ser
nacionalmente conhecido como ícone do brega, o cara é um roqueiro na sua essência
(vide os casos de "Amolda o Bicho na Parede - Parte 2" e
"Lasca a Rola em Tonha"). A 'intro' da música traz Detonator
cantarolando "Tumbalacatumba", da Vovó Mafalda, e depois, o
cantor cearense aparece com o seu inglês macarrônico. A letra é para lá de
engraçada: fala de um faraó que ficou muito tempo no túmulo e que está querendo
"tirar o atraso" por ter ficado tanto tempo sem "submergir a ave
palmípede". O terceiro tema é "Sufocators Of Metal", em
que aborda a respeito do cara que tem mania de pagar emprestado CD's e DVD's de
Metal e não devolve, "sufocando" o colecionador, ou seja, toca em um
ponto sensível para o fã: o valor sentimental da sua coleção. Na sequência,
outro grande sucesso do álbum: a powerballad "The Bull", no
melhor estilo Reginaldo Rossi, em que Detonator desabafa com um garçom (na
música interpretada por Blondie Hammet/Fausto Fanti) que flagrou a mulher na
cama, de quatro, com o "Big Richard". Depois, a canção e o vocalista destoam
toda sua fúria e raiva em um instrumental. No videolipe, os ex-atores pornôs
Fabiane Thompson e Kid Bengala aparecem. O play chega à metade com "The
Fire, The Steel, The Heavy & The Money", em que os caras enaltecem
e celebram os pilares essenciais do metal: o fogo, o aço, o peso e o dinheiro,
e zoam os clichês e exageros atribuídos ao gênero.
A segunda
parte do play vem com "The Big Heavy Metal", em que o
Massacration, mais uma vez e no melhor estilo Manowar, celebram o Heavy Metal,
enaltecendo a união dos fãs do gênero, como se estivessem em uma festa, com
direito a refrigerantes e salgados, além de, claro, a incluir o "É big, é big, é big" e "Rá Tim Bum", como usamos nos
aniversários por aí, evidentemente, aqui na versão Heavy Metal. Posteriormente,
em "Bad Defecation (The Bost Thunder)", como o título já
entrega, tem uma abordagem escatológica, com um humor típico de adolescente
leitor de Mad, mas que a banda transformou algo como um possível desarranjo
intestinal, ao qual todos estamos sujeitos, em uma narrativa épica e dramática,
praticamente musicaram um quadro do "Merda
Acontece", do Hermes & Renato. Posteriormente, vem a faixa-título
em que os gentílicos de Metal Land fazem uma celebração à cultura dos
headbangers, homenageando os soldados do Metal. A penúltima canção é "Massacration",
que os caras demonstram toda a falta de modéstia e se enaltecem dizendo que são
extraordinários e que passaram o Romário e fizeram mais de mil gols, que irão
dominar o mundo, que falam em oito idiomas e até que são amigos de George Bush.
E, para encerrar, "The Hymn Of Metal Land", o hino da
terra-natal da banda, em que Detonator dá as ordens na hora de cantar e
marchar: "mão no peito, mão no saco,
mão na xoxota!".
Evidentemente
que todo mundo sabe que o Massacration é uma banda fictícia criada pelos
humoristas do Hermes & Renato, que satiriza os clichês do Heavy Metal,
tirando uma onda com os 'troozões', mas que a intenção é deixar claro que é
divertir. E, se mesmo assim, você levar a sério em relação à banda, não perca
seu tempo. Afinal, como diz o ditado: "the zoeira never ends".
A seguir, a
ficha técnica e o tracklist da obra.
Álbum:
Good Blood Headbanguers
Intérprete:
Massacration
Lançamento: 10
de outubro de 2009
Gravadora/Distribuidora:
EMI
Produtor:
Roy Z
Detonator/Bruno Sutter:
voz
Blondie Hammet/Fausto Fanti:
guitarra solo, backing vocal e co-vocal em "The Bull"
Metal Avenger/Marco Antônio Alves:
baixo e backing vocal
Straupelator/Fernando Lima: bateria
Falcão:
co-vocal em "The Mummy"
1.
Hammecage Hotdog Hell (Detonator /
Blondie Hammett)
2. The
Mummy (Detonator / Blondie Hammett)
3.
Sufocators Of Metal (Detonator / Blondie
Hammett)
4. The Bull
(Detonator / Blondie Hammett)
5. The
Fire, The Steel, The Heavy & The Money (Detonator
/ Blondie Hammett)
6. The Big
Heavy Metal (Detonator / Blondie Hammett)
7. Bad
Defecation (The Bost Thunder) (Detonator
/ Blondie Hammett)
8. Good
Blood Headbanguers (Detonator / Blondie
Hammett)
9.
Massacration (Detonator / Blondie Hammett)
10. The
Hymn Of Metal Land (Detonator / Blondie
Hammett)
Por Jorge
Almeida
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