Marina Esteves estreia, no Itaú Cultural, Magnólia, livremente inspirado na música homônima de Jorge Ben Jor *
Foto meramente ilustrativa. |
Com dramaturgia da atriz e de Lucas Moura, espetáculo lança olhar feminino sobre a obra de Jorge Ben Jor e o universo retratado do disco A Tábua de Esmeralda, que celebra 50 anos em 2024
"Magnólia"
se aprofunda nas referências do álbum A Tábua de Esmeralda, numa alquimia cujo
significado é "tornar-se negro", transitando entre o fantástico e a
espiritualidade, apontando a sonoridade e sinestesia, convidando à reflexão sobre
transgressão, identidade e propósito da vida.
O swing, a
poesia e a vivência negra presentes nas canções do disco A Tábua de
Esmeralda, lançado há 50 anos por Jor Ben Jor, serviram de inspiração para
o solo Magnólia, com texto de Lucas Moura, que também
assina a dramaturgia ao lado de Marina Esteves, que idealizou, dirige e atua. O
espetáculo estreia no dia 17 de outubro no Itaú Cultural e segue em
cartaz até 3 de novembro, com sessões gratuitas de quinta a sábado, às 20h, e
aos domingos, às 19h.
A
montagem é fruto da pesquisa de Esteves, atriz, diretora e bailarina, sobre as
recepções e representações de gênero e raça na cena contemporânea,
interseccionadas com a narratividade e os desdobramentos do teatro épico.
Magnólia se apropria da canção homônima de Jorge Ben para criar livremente
uma fábula sobre uma deusa astronauta que vive nesse cosmos e recebe um chamado
de São Jorge. Ele a convida a descer para a Terra e experimentar o que é ser um
humano. Ela cai na Terra como uma semente, brota como uma flor e vira uma
mulher negra. Então, começa a experimentar o que é essa vivência, com todos os
prazeres e dissabores da sua existência.
Sobre
esse processo de construção da dramaturgia, Marina Esteves comenta: “É um olhar
principalmente feminino sobre a obra de Jorge Ben Jor, em um recorte muito
específico, que perpassa pela Tábua de Esmeralda enquanto roteiro dramatúrgico.
Enxergamos em Magnólia várias possibilidades de criar uma dramaturgia a partir
das imagens presentes na música. E pesquisamos vários aspectos marcantes na
obra do artista, como a questão do futebol e a relação com as mulheres e com a
negritude.”
A
direção musical é assinada por Esteves e Dani Nega,
que também é responsável pelos beats, a produção musical e trilha original. A
construção de beats de Dani Nega traz à cena a dimensão do rap e da palavra
rimada presentes na obra de Jorge Ben Jor.
Em
cena, a performer é acompanhada pela DJ K-Mina (pick-ups e
coro) e pelos instrumentistas Gisah Silva (percussão e
bateria), Larissa Oliveira (trompete e coro) e Melvin
Santhana (guitarra, violão e voz).
A
encenação tem como referência a performatividade e a estética afrominimalista,
campo de pesquisa de Marina Esteves. Nesse sentido, a montagem aposta no
conceito teatral de espaço vazio, focando no corpo, na palavra e na música. A
artista ainda dialoga em cena com o videografismo construído por Gabriela
Miranda e Matheus Brant, no cenário de Léo
Akio.
“Priorizamos
a palavra, o spoken word. O próprio Jorge Ben, em uma entrevista, disse que
gosta de falar quando tem que cantar e cantar ao invés de falar. A palavra, a
música e o vídeo são nossos principais recursos estéticos. E o corpo também. A
dança é um veículo importante na condução da narrativa”, explica Esteves.
Já
os figurinos, assinados por Ayomi Domenica, transitam entre
duas realidades. “A trama de Magnólia se passa no sonho de uma mulher negra.
Por isso, as vestimentas exploram esse universo onírico, principalmente quando
representamos essa deusa astronauta. E, quando ela desce para a Terra,
apostamos em uma estética mais urbana”, revela a idealizadora.
Sobre
Marina Esteves
Marina
Esteves é atriz, diretora e bailarina. É co-fundadora do coletivo O Bonde.
Formada pela ELT - Escola Livre de Teatro de Santo André, Pesquisa o teatro
negro e as intersecções de gênero e raça na cena.
Entre seus
trabalhos recentes, destacam-se “Bom dia, eternidade” com direção de Luiz
Fernando Marques Lubi, "Desfazenda - Me enterrem fora desse lugar"
(Prêmio APCA 2021 de melhor espetáculo virtual e indicado ao Prêmio Shell 2023)
e "Gota d’água Preta" (Prêmio APCA 2019 de melhor direção e indicado
ao Prêmio Shell na categoria inovação). Marina integrou o elenco de "A
Divina Farsa" da Cia La Mínima, celebrando os 25 anos do grupo, com dramaturgia
de Newton Moreno e direção de Sandra Corveloni. Também concebeu e dirigiu
"Zebra sem nome", com dramaturgia de Maria Shu, no qual foi indicada
ao prêmio de melhor espetáculo pelo prêmio APCA em 2023.
Como
mediadora e curadora, destacou-se como presidente da banca da 14ª edição do
Prêmio Zé Renato e na mediação de um debate sobre Grada Kilomba no Sesc Avenida
Paulista. Em sua trajetória, atuou em coletivos e espetáculos como Teatro da
Conspiração, Coletivo Estopô Balaio, Núcleo Atômico e Cia Mundu Rodá.
Sobre
Lucas Moura
Cursando
Filosofia pela USP, Lucas Moura é formado em dramaturgia pela SP Escola de
Teatro (2015), pela Escola Livre de Teatro (2016) e pelo Núcleo de Dramaturgia
do Sesi (2019). É também ator formado pela Cia. do Nó de Teatro (2016).
Ele foi
contemplado como dramaturgo em prêmios como Proac Primeiras Obras com
"CENTREVILLE" (2015), Funarte Respirarte com "Canto para
descolonizar meu pranto" (2020), Solano Trindade e Zé Renato com
"Como criar para si um corpo negro sem órgãos" (2020), entre outros.
Como roteirista, venceu o edital "Sound Up Brasil" do Spotify e
lançou o podcast infantil "Calunguinha, o cantador de histórias", um
dos mais escutados no Brasil, com participações de Lázaro Ramos, Yuri Marçal,
Solange Couto e outros artistas.
Foi curador
do Edital “Arte como respiro” de Literatura do Itaú Cultural (2021) e
palestrante na FLUP 2021. Estreou como roteirista com "Desfazenda - me
enterrem fora deste lugar" e foi dramaturgo de "Jogo de
Imaginar", vencedor do Prêmio APCA de Melhor Direção (2023). Também atuou
como orientador de dramaturgia nas Fábricas de Cultura Zona Leste (2019-2022) e
como docente na SP Escola de Teatro (2022-2023).
Sobre
Dani Nega
Dani
Nega é rapper, compositora, produtora musical e ativista do movimento negro e
LGBTQI+. Como produtora musical, produziu a trilha do Longa-Metragem de Documentário “Futuro nas Costas”,
com direção de José Fernando Peixoto de Azevedo e produzido pela produtora
Prosperidade com fundos da ANCINE, com previsão de estreia para setembro/2024.
Produziu e dirigiu a trilha do média-metragem “Dois Garotos que se Afastaram
Demais do Sol” que foi aclamado na 29ª edição do Festival Mix
Brasil de Cultura da Diversidade como o "Melhor Curta-Metragem - Prêmio do
Público". Produziu e dirigiu a trilha do filme “Desfazenda - Me Enterre
Fora deste Lugar”, vencedor do Prêmio APCA como melhor filme, sucesso de crítica e de público, e também algumas
indicações e destaques de melhor trilha. No teatro ganhou o Prêmio
Shell de melhor trilha sonora com o espetáculo “Terror e Miséria no Terceiro
Milênio” em que assina direção e produção musical. Recebeu indicação também
pelo Prêmio Shell de melhor trilha sonora pelo espetáculo “Hip-Hop Blues” onde
assina produção e direção musical. Dani Nega tem um trabalho musical em
parceria com o produtor/músico/performer Felipe Julian (Craca), premiados no
28˚ Prêmio da Música Brasileira como melhor Álbum Eletrônico com “Dispositivo
Tralha”.
Ficha
Técnica
Concepção,
Idealização, Direção Geral e Atuação: Marina Esteves
Dramaturgia: Lucas
Moura e Marina Esteves
Texto: Lucas
Moura
Dramaturgismo: Marina
Esteves
Pesquisa
musical para dramaturgia: Marina Esteves e Lucas Moura
Assistência
de Direção: Lucas
Moura
Concepção
Musical: Dani
Nega e Marina Esteves
Direção
Musical: Dani
Nega e Marina Esteves
Dramaturgia
Sonora: Dani
Nega, Lucas Moura e Marina Esteves
Produção
de Beats, Produção Musical e Trilha Original: Dani Nega
Colaboração
de arranjos ao longo de todo o espetáculo: DJ K-Mina (pick-ups e coro)
Gisah Silva (percussão e bateria), Larissa Oliveira (Trompete e coro), Melvin
Santhana (guitarra, violão e voz)
Desenho
de luz: Matheus
Brant
Desenho
de som: André
Papi
Figurino: Ayomi
Domenica
Cenografia: Léo
Akio
Videografismo: Gabriela
Miranda e Matheus Brant
Preparação
Corporal e Orientação de Gestos: Ricardo Januario
Preparação
vocal: Rebeca
Jamir
Musicistas: DJ
K-Mina (pick-ups e coro) Gisah Silva (percussão e bateria), Larissa Oliveira
(Trompete e coro), Melvin Santhana (guitarra, violão e voz)
Costureiras: Jonhy
Karlo e Claudineia da Silva Barros
Aderecista: Edivaldo
Zanotti
Modelista: Talita
Borges
Assistente
de Design: Regina
Torres
Design
de Jóia da Cabeça: Opvs Magnum
Voz
off Hermes: Carlota Joaquina
Arranjo
da música “Zumbi”: Kiko Dinucci
Assistência
e operação de luz: Letícia Nanni
Consultoria: Roberta
Estrela D’Alva
Consultoria
em estudos teóricos: Deivison Faustino
Pesquisa
biográfica Jorge Ben Jor: Marina Esteves
Acompanhamento
processual: Ângelo
Fábio
Orientação
litúrgica: Mameta
Alaíde Honorato da Silva (Kamitina) e Tatetu Arildo da Silva (Kelawê)
Fotografia
de divulgação: José de Holanda
Fotografia
de cena: Noélia
Najera
Vídeos
de divulgação: Léo Akio (direção) e Cássio Rothschild (fotografia)
Designer
Gráfico: Murilo
Thaveira
Serralheria
e solda: Fábio
Lima
Lojinha
Magnólia: Chidi
Portuguez, Daniela Campanholo, Isaque Oliveira, Murilo Thaveira
Assessoria
de imprensa:
Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Carina Bordalo
Produção: Corpo
Rastreado – Leo Devitto
Serviço
Magnólia
Data: 17 de outubro
a 3 de novembro, de quinta a sábado, às 20h e domingo às 19h. Não haverá
apresentação no dia 27/10
Local: Itaú
Cultural / Sala Itaú Cultural – Av. Paulista, 149 - Bela Vista, São Paulo - SP
Lugares: 224
| Classificação: 16 anos | Duração: 90
minutos
Espetáculo acessível em Libras
Entrada
gratuita. Reservas
de ingressos na
quarta-feira
da semana anterior à apresentação, a partir das 12h, na plataforma
INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br
PROTOCOLOS:
-
É necessário apresentar o QR Code do ingresso na entrada da atividade até 10
minutos antes do seu início. Após esse período, o ingresso será invalidado e
disponibilizado na bilheteria.
-
Se os ingressos estiverem esgotados, uma fila de espera presencial começará a
ser formada 1 hora antes da atividade. Caso ocorra alguma desistência, os
lugares vagos serão ocupados por ordem de chegada.
-
O mezanino é liberado mediante ocupação total do piso térreo.
-
A bilheteria presencial abre uma hora antes do evento começar.
-
Devolução de ingresso: Até duas horas antes do início da atividade, é possível
cancelar o ingresso diretamente na página da Inti, assim outra pessoa poderá
utilizá-lo. Na área do usuário, selecione a opção “Minhas compras” no menu
lateral, escolha o evento e solicite o cancelamento no botão disponível.
-
Programação sujeita a cancelamento: O Itaú Cultural informa que sua programação
poderá ser cancelada em virtude de questões extraordinárias. Nesse caso, os
ingressos adquiridos perdem a validade. O público que reservou o ingresso será
notificado por e-mail. Um eventual reagendamento da programação ficará a
exclusivo critério do IC, de acordo com a disponibilidade de agendas, sem
preferência para quem adquiriu os ingressos anteriormente.
Créditos:
Daniele Valério | Canal Aberto
* Este conteúdo foi enviado pela assessoria de imprensa
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