Galeria Marcelo Guarnieri promove conversa em torno da exposição "desmesura" *
Individual de Victor Mattina foi prorrogada e fica em cartaz até o dia 14 de novembro
Galeria
Marcelo Guarnieri | São Paulo tem o prazer de anunciar desmesura, segunda
individual do artista carioca Victor Mattina na cidade. A mostra, que reúne
dez pinturas inéditas e um díptico, foi prorrogada até o dia 14 de
novembro. O poema “O Monstro”, de Flávio Morgado, integra a
exposição. Na próxima sexta-feira, dia 01, às 19h, a galeria promove uma conversa
em torno da exposição com a presença do artista Victor Mattina, do poeta Flávio
Morgado e do ator Rodrigo Lopéz.
Em
“desmesura”, Mattina explora, através da pintura, a qualidade da representação
monstruosa e a condição de liberdade sob a qual reside a figura do monstro.
Suas composições se constroem a partir de visões fragmentadas, vultos, manchas,
criaturas antropomórficas e associações improváveis, como se estivéssemos
diante de um mundo que, ainda que orientado pelos mesmos símbolos que compõem o
nosso, operasse sob uma outra lógica. É nesse limiar entre o reconhecível e o
absurdo que se sustentam as pinturas de Mattina, e é nessa impossibilidade de
categorizar suas figuras, como em “Capital amanhece sob um novo sol” ou seus
encontros estranhos, como em “Missa para raios catódicos”, que o artista
enxerga uma potencial emancipação da imagem. Embora tenha como base de sua
prática a pintura figurativa, Victor Mattina não a utiliza como ferramenta para
uma representação transparente, pelo contrário, é o seu domínio da técnica que
lhe permite aproximar a figuração ao inverossímil. “Em 'Arteriograma de Ka' há
uma cena algo barroca com corpos amontoados em primeiro plano, em frente a uma
espécie de templo. É uma pintura de índices, alusiva a uma ideia de antiguidade
sem nunca dizer onde ou sobre quem.”, observa o artista.
O
Poema “O Monstro”, de Flávio Morgado, que acompanha a exposição, é fragmentado
em seis partes, em diálogo com a montagem de “Elegia I” e “Elegia II”, pinturas
que possuem mais de 4 metros de comprimento cada, também divididas em seis
partes. O poema percorre alguns aspectos das pinturas de Mattina – A dimensão,
A correspondência, A feitura, A técnica, A escala, A paleta –, aspectos
estruturais que apontariam para uma análise mais categórica da obra, mas que
por meio da linguagem poética, se libertam de definitivos, transbordando os
seus limites. Em “desmesura”, texto e imagem se reconhecem pela recusa
das funções que deveriam exercer em um mundo normativo. Criam, juntos, uma
espécie de limbo visual. Como escreve Morgado na primeira parte do poema:
“monturo de ossos, inóspita paisagem / que nos acolhe, o ponteiro da estranheza
/ marca meia-noite na consciência e / seis telas declamam, no eco de sua fatura,
/ um grande verso de desterro”.
Em
diálogo com a mostra “desmesura”, de Victor Mattina, serão apresentadas no
mezanino da Galeria um conjunto de obras de Marcello Grassmann (1925-2013),
Oswaldo Goeldi (1895-1961), Guima (1927-1993) e Iberê Camargo (1914-1994),
artistas brasileiros que, por meio da gravura e da pintura, também exploraram a
dimensão monstruosa da representação figurativa.
Victor
Mattina (1985), vive e trabalha no Rio de Janeiro - RJ.
Desenvolve suas pesquisas em pintura, gravura e vídeo. O ponto nevrálgico de
seu trabalho é a relação indicial que as imagens estabelecem conosco e como nós
lidamos com o mundo mediado por estas imagens. Mattina participou de diversas
residências, como Vermont Studio Center (EUA), Soy Loco Por ti Juquery (SP),
Fundação Joaquim Nabuco (PE) e Bolsa Pampulha (MG). Dentre as principais
exposições, destacam-se as individuais Assim que passou a ver tudo quanto não
havia (Galeria Athena, Rio de Janeiro), ponto-zero/ponto-nulo (Galeria Marcelo
Guarnieri, SP), e Antes do Fórum (Paço Imperial, Rio de Janeiro); e as
coletivas SORRY CAPS – (ainda brasil, SP), A Luz que Vela o Corpo é a mesma que
Revela a Tela (Caixa Cultural, RJ), Mais Pintura (Sesc Quitandinha, RJ). Victor
vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Flávio
Morgado (1989) nasceu e foi criado em Brás de Pina,
zona da Leopoldina, subúrbio carioca. É poeta, autor de "um caderno de
capa verde" (7Letras/2012), "uma nesga de sol a mais"
(7Letras/2016), "Refinaria da cólera" (Coleção Megamini/2019)
"preciso" (7Letras/2019) e "Quero te dar o corpo total do
dia" (em parceria com a artista plástica Marcela Cantuária, editado pela
Revista Philos/2021). Em 2013, chegou às semifinais dos prêmios Jabuti e
Portugal Telecom (atual Prêmio Oceanos); e em 2017, às semifinais dos mesmos prêmios.
Teve poemas traduzidos em coletivas estrangeiras para o espanhol, inglês,
alemão, francês e grego.
Victor
Mattina: desmesura /
Em
cartaz: Até 14.11.2024
Galeria
Marcelo Guarnieri
alameda franca, 1054
são paulo – sp – brasil / 01422 002
tel +55 (11) 3063 5410 / 3083 4873
galeriamarceloguarnieri@gmail.
seg-sex 10h – 19h / sab 10h – 17h
Créditos: Pool de Comunicação
* Este conteúdo foi enviado pela assessoria de imprensa
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