Frieze Masters 2024: Galatea apresenta solo de Chico da Silva *
Conjunto de 17 obras, predominantemente dos anos 1960, coloca em evidência a produção de um dos primeiros artistas brasileiros de origem indígena a alcançar fama internacional no século XX
A Galatea apresenta na Frieze Masters, que
acontece de 9 a 13 de outubro, no Regent's Park, em Londres, um solo de Chico
da Silva. O conjunto de 17 telas, predominantemente dos anos 1960, coloca
em evidência a produção do artista brasileiro de origem indígena que possui uma
trajetória marcante na pintura do século XX. A aposta da Galatea reforça
um dos pilares da galeria paulistana, que consiste em promover o resgate de
artistas históricos dentro do cenário contemporâneo.
Francisco da Silva (1910-1985) ou Chico da Silva, saiu do Acre, sua
terra natal na floresta amazônica, e mudou-se para Fortaleza, onde viveu pelo
resto da vida. Ao final da década de 1930, Chico começou a desenhar criaturas
fantásticas nas paredes das casas de pescadores. Em 1943, o crítico de arte
suíço Jean-Pierre Chabloz entrou em contato com esses murais e, admirado,
tornou-se um grande apoiador do artista, introduzindo-o às técnicas
convencionais de pintura e contribuindo para a difusão do seu trabalho a nível
nacional e internacional. Em 1966, Chico da Silva foi o primeiro artista
brasileiro de origem indígena a participar da Bienal de Veneza, ocasião em que
foi recebeu o prêmio de menção honrosa.
Em seus guaches e pinturas, da Silva representou sobretudo os seres da
floresta, como os pássaros e peixes amazônicos, além de figuras fantasiosas,
como dragões. Suas obras dão forma a histórias e mitologias da tradição oral da
cultura do Norte do Brasil, em composições marcadas por uma rica policromia e
pelo grafismo detalhado do desenho, composto por tramas e linhas coloridas.
Dada a originalidade do seu estilo e de suas composições, destacou-se no
contexto da chamada arte popular brasileira e, além de experimentar bastante
sucesso comercial em vida, atraiu grande interesse da crítica.
Recentemente, seu trabalho foi adquirido por instituições como a Tate
(Londres), o Centre Pompidou (Paris) e Pinacoteca de São Paulo, que também lhe
dedicou uma exposição panorâmica em 2023.
Entre outras coleções permanentes em que as suas obras se encontram, estão: Museo del Barrio, Nova York; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro — MAM Rio; Museu de Arte de São Paulo — MASP; e Musée International d'Art Naïf Anatole Jakovsky, Nice, França.
Sobre o artista
Chico da Silva nasceu cercado pela floresta amazônica na região do Alto
Tejo, mas ainda criança mudou-se para o Ceará, no Nordeste do Brasil, passando
por algumas cidades do interior até se instalar em Fortaleza em 1935, onde
viveu até sua morte. Foi pintando os muros caiados das casas de pescadores da
Praia Formosa que começou sua produção artística. Da Silva dava forma e cor a
seus desenhos com pedaços de carvão, tijolos, folhas e outros elementos
encontrados ao seu redor.
Jean-Pierre Chabloz (1910, Lausanne, Suíça – 1984, Fortaleza, Ceará,
Brasil), crítico e artista suíço que se mudou para o Brasil em 1940 devido à
Segunda Guerra Mundial, viajou para Fortaleza a trabalho em 1943, onde conheceu
os desenhos de da Silva em uma visita à praia. Tal encontro teve grande
relevância na consolidação e difusão do trabalho de Chico da Silva, abrindo
portas para que circulasse nos principais centros urbanos do Brasil, como Rio
de Janeiro e São Paulo, e pela Europa, em cidades como Genebra, Neuchâtel,
Lausanne e Paris.
Entre as suas principais exposições, estão: Chico da Silva e o
ateliê do Pirambu (Individual, Pinacoteca de São Paulo, São Paulo;
Pinacoteca do Ceará, Fortaleza, 2023); Chico da Silva (Individual,
David Kordansky Gallery, Nova York, 2023); 1ª Bienal das Amazônias (Coletiva,
Belém, 2023); Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil (Coletiva,
Sesc 24 de Maio, São Paulo, 2022); Histoires de voir, Show and Tell (Coletiva,
Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris, 2012); Tradição e
ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras (Coletiva, Fundação
Bienal de São Paulo, 1984); 9ª Bienal Internacional de São Paulo (Coletiva,
São Paulo, 1967); 33ª Biennale di Venezia (Coletiva, Veneza,
1966); 8 Peintres Naïfs Brésiliens (Coletiva, Galerie Jacques
Massol, Paris, 1965); Exposition d‘Art Primitif et Moderne (Coletiva,
Musée d‘Ethnographie, Neuchâtel, 1956); Francisco da Silva (Individual,
Galerie Pour L’Art, Lausanne, 1950). Em 1966, recebeu o prêmio de Menção
Honrosa por sua participação na 33ª Bienal de Veneza.
Sobre a Galatea
Sob o comando dos sócios Antonia Bergamin, Conrado Mesquita e Tomás
Toledo, a Galatea conta com dois espaços vizinhos na cidade de São Paulo: a
unidade localizada na Rua Oscar Freire, 379 e a nova unidade localizada na Rua
Padre João Manoel, 808. A galeria também tem uma sede em Salvador, na Rua
Chile, 22, no centro histórico da capital baiana.
A Galatea surge a partir das diferentes e complementares trajetórias e
vivências de seus sócios-fundadores: Antonia Bergamin, que foi sócia-diretora
de uma galeria de grande porte em São Paulo; Conrado Mesquita, marchand e
colecionador especializado em descobrir grandes obras em lugares improváveis; e
Tomás Toledo, curador que contribuiu para a histórica renovação institucional
do MASP, saindo em 2022 como curador-chefe.
Com foco na arte brasileira moderna e contemporânea, trabalha e
comercializa tanto nomes consagrados do cenário artístico nacional quanto novos
talentos da arte contemporânea, além de promover o resgate de artistas
históricos. Idealizada com o propósito de valorizar as relações que dão vida à
arte, a galeria surge no mercado para reinventar e aprofundar as conexões entre
artistas, galeristas e colecionadores.
Serviço Frieze Masters
Período expositivo: 9 a 13 de outubro
Local: Regent's Park, Londres
Ingressos: de £46 a £ 245
Mais informações: www.frieze.com
Créditos: Edgard Silveira | A4&Holofote
Comunicação
* Este conteúdo
foi enviado pela assessoria de imprensa
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