Deep Purple: 40 anos de “Perfect Strangers”
“Perfect Strangers”: álbum que marca a volta do Deep Purple, em 1984 |
Hoje, 29 de outubro, o clássico álbum do Deep Purple, “Perfect Strangers”, completa 40 anos de seu lançamento e foi marcado pela volta das atividades do grupo após um hiato de oito anos, sendo onze sem a sua formação mais bem sucedida e popular, a “Mark II”, composta por Ian Gillan, Roger Glover, Ritchie Blackmore, Jon Lord e Ian Paice, que trabalharam juntos pela última vez, até então, no álbum “Who Do We Think We Are?”, em 1973.
Antes da
reativação do grupo, os integrantes seguiam a vida com seus projetos: Ritchie
Blackmore e Roger Glover estavam no Rainbow, Ian Gillan se aventurava com o
Black Sabbath, Jon Lord era o mago dos teclados do Whitesnake de David
Coverdale e Ian Paice estava na banda de apoio de Gary Moore (ele também havia
passado pelo Whitesnake no final dos anos 1970 e início dos 1980).
Na verdade, a volta do Deep Purple estava programada para acontecer em 1983, mas Gillan, após uma noite de bebedeira com Tony Iommi, acertou em gravar um disco com o Black Sabbath, o lendário “Born Again”, o que quase fez Blackmore desistir da ideia da reunião. No entanto, o dinheiro falou mais alto entre empresários e músicos e, assim, o grupo voltou à ativa, o que foi de bom proveito para os envolvidos. A banda assinou um contrato com a Polygram, com a Mercury (para o mercado norte-americano) e a Polydor Records, para o Reino Unido e outros países da Europa.
Gravado durante o mês de agosto de 1984 nos estúdios Horizons, em Stowe, no Vermont, Estados Unidos, o disco traz a produção assinada por Roger Glover e a própria banda.
A reunião foi bem-sucedida, pois “Perfect Strangers” chegou ao quinto lugar nas paradas do Reino Unido e atingiu o 17º lugar na Billboard 200 nos Estados Unidos, o que rendeu o disco de platina na terra do Tio Sam. Além disso, o Purple arrebatou o ouro no Grã-Bretanha, na Alemanha e na Argentina.
Assim como
as vendagens do play, a turnê, financeiramente falando, foi um tremendo
sucesso. A “tour” começou na Austrália, passou pela América do Norte, Europa e
precisou fazer outras apresentações adicionais nos Estados Unidos, onde eles só
não arrecadaram mais com shows que Bruce Springsteen.
Na volta para o Reino Unido, o Deep Purple realizou um show no
tradicional Knebworth Festival, em 22 de junho de 1985, que teve também as
participações de bandas como o UFO, Scorpions, Meat Loaf, Mountain, entre
outros. Apesar do tempo ruim, que contou com uma chuva torrencial, cerca de 80
mil fãs compareceram à edição do festival que recebeu a alcunha de “Return Of The Knebworth Fayre”.
O álbum começa com a poderosa “Knocking At Your Back Door”, que é a faixa mais longa do play. Foi lançada como single. Uma das melhores do disco. Na sequência, temos a pesada “Under The Gun”, onde os caras demonstram que não vieram para brincadeira. O terceiro tema é “Nobody’s Home”, que também foi lançada como single e é a única do disco a trazer a assinatura dos cinco integrantes (as demais, exceto a faixa bônus “Son Of Alerik”, levam a assinatura do trio Blackmore/Gillan/Glover). Posteriormente surge “Mean Streak”, que é a mais fraca do disco.
Virando a “bolacha”, “Perfect Strangers” começa justamente com a faixa que dá o nome ao álbum. Com melodias e arranjos impecáveis, a música tornou-se um hino para os “purplenianos”. Até hoje é inimaginável um concerto do DP sem “Perfect Strangers”. E, por incrível que pareça, não tem solo de guitarra. Já “A Gypsy’s Kiss” traz leve semelhança com a fase inicial do Rainbow, o que é um elogio, que fique claro. A sétima faixa é a balada dramática “Wasted Sunsets”, que só poderia ser cantada por Ian Gillan, e nenhum outro mais. Bela canção. E, para finalizar o vinil, “Hungry Daze”, em que Jon Lord dá uma aula com seu teclado.
As versões em CD e K7 de “Perfect Strangers” trazia a faixa extra “Not Responsible”, uma das raras músicas do Purple com letras profanas, com direito a palavra “fucking” podendo ser ouvida. Além dessa, na versão remasterizada e relançada do álbum em junho de 1999, trazia a instrumental “Son Of Alerik”, com seus dez minutos de duração composta por Ritchie Blackmore, que havia sido lançada como lado B do single “Perfect Strangers”.
Depois de “Perfect Strangers”, a “MK II” lançou ainda os álbuns “The House Of Blue Light” (1987) e o ao vivo “Nobody’s Perfect”, em 1988, antes da saída de Ian Gillan, que ocorreu em seguida (ele retornou em 1992 para desespero de Blackmore). Afinal, apesar da satisfação dos fãs pela volta do grupo, as rusgas entre Ian Gillan e Ritchie Blackmore também voltaram, o que complicou a duração da formação mais clássica de um dos pilares do Heavy Metal.
Para
muitos, esse foi o último grande trabalho do Deep Purple, embora este que vos
escreve discorde, mas não podemos negar que trata-se de um clássico.
Abaixo, a
ficha técnica e o tracklist da versão do CD relançado em 1999.
Álbum: Perfect
Strangers
Intérprete: Deep Purple
Lançamento: 29 de outubro de 1984
Gravadora: Polydor (Reino Unido) / Mercury (EUA) /
Polygram (internacional)
Produtores: Roger Glover e Deep Purple
Ritchie Blackmore: guitarra
Ian Gillan: voz
Roger Glover: baixo
Jon Lord: teclados
Ian Paice: bateria
1. Knocking At Your Back Door (Blackmore / Gillan / Glover)
2. Under The Gun (Blackmore / Gillan / Glover)
3. Nobody’s Home (Blackmore / Glover / Gillan / Lord / Paice)
4. Mean Streak (Blackmore / Gillan / Glover)
5. Perfect Strangers (Blackmore / Gillan / Glover)
6. A Gypsy’s Kiss (Blackmore / Gillan / Glover)
7. Wasted Sunsets (Blackmore / Gillan / Glover)
8. Hungry Daze (Blackmore / Gillan / Glover)
9. Not Responsible (Blackmore / Gillan / Glover)
10. Son Of Alerik (Blackmore)
Por Jorge
Almeida
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