UNESCO oficializa Memorial da Resistência como bem cultural sob Proteção Reforçada do Brasil *
O Memorial passa a integrar um seleto grupo de bens mundiais
reconhecidos por sua relevância universal, protegidos em contextos de conflito.
No dia 4 de dezembro de 2025, a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), anuncia o
Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia
e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, como brasileiro, junto ao Real
Forte Príncipe da Beira, em Rondônia, a integrar a Lista Internacional de Bens
Culturais sob Proteção Reforçada do Segundo Protocolo da Convenção de Haia de
1954 da UNESCO. O reconhecimento ressalta o papel fundamental do Memorial na
preservação da memória e da história política no Brasil.
A Lista é um mecanismo de salvaguarda patrimonial
internacional, focado na proteção de bens culturais em caso de conflito armado,
sob a égide da UNESCO. A Convenção estabelece a importância de salvaguardar
monumentos, sítios arqueológicos, museus e outros patrimônios de importância
histórica ou artística em tempos de guerra. Definida após a Segunda Guerra
Mundial, o tratado introduziu medidas de proteção e cooperação entre os países
signatários para evitar danos, roubos e comércio ilegal desses bens e é um dos
pilares fundamentais do direito internacional de proteção de bens culturais.
O edifício onde hoje é o Memorial da Resistência,
foi sede do Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops/SP)
entre 1939 e 1983. O museu, sob gestão da Associação Pinacoteca Arte e Cultura
(APAC), dedica-se a pesquisa, salvaguarda e difusão da memória política de
repressão e resistência brasileira, bem como atua para uma educação cidadã
ativa e pela valorização de direitos humanos. Esta concessão da UNESCO
reconhece o valor histórico do edifício, social e cultural da instituição.
A análise para integrar a Lista é feita por um
Comitê através de critérios estabelecidos no Segundo Protocolo à Convenção da
Haia de 1954 para a Proteção dos Bens Culturais em Caso de Conflito Armado, de
1999. São considerados fundamentais: ser um bem cultural considerado
excepcional e de grande importância para humanidade enquanto influência e
símbolo de pelo menos um período histórico; o patrimônio já ser devidamente
protegido a nível nacional, através de medidas legais e administrativas que garantam
sua salvaguarda; e que o Estado assegure que o espaço não será utilizado para
fins militares.
Por sua aprovação na Lista, o Comitê considera que
Memorial da Resistência desempenha um papel único e insubstituível na
preservação da memória política brasileira e que representa um símbolo vívido
da luta pela democracia, sendo um lugar dedicado à preservação histórica e à
educação em direitos humanos.
Para Ana Pato, Diretora técnica do Memorial da
Resistência, este reconhecimento reforça para a sociedade brasileira a
importância do Memorial como patrimônio histórico, além do papel fundamental da
instituição na preservação da memória da ditadura e na promoção da democracia
no país.
Sobre
o Memorial da Resistência
O Memorial da Resistência é um museu sobre as memórias
da ditadura civil-militar brasileira e seus desdobramentos no presente, que
acolhe experiências de resistência e de lutas por direitos, valoriza a
democracia e promove a educação para a cidadania em diálogo com a sociedade.
Serviço
Memorial da Resistência de São Paulo
Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia
São Paulo – SP
Créditos: Juliana Victorino |
Jacarandá Agência
* Este conteúdo foi enviado pela assessoria de imprensa
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