Ozzy Osbourne: 20 anos de “Under Cover”
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| "Under Cover", de Ozzy Osbourne, completa 20 anos de lançamento em 2025. |
Aproveitando que este sábado, 1º de novembro, é véspera do Dia de Finados, em homenagem à maior perda do entretenimento mundial dos últimos 15 anos, destacaremos sobre “Under Cover”, o nono álbum de estúdio da carreira solo de Ozzy Osbourne, que completa 20 anos de lançamento hoje. Gravado em diversos estúdios entre 2003 e 2005, o disco foi lançado pela Epic e produzido por Mark Hudson e, como o título da obra sugere, é um disco de covers cantados pelo Madman, mais basicamente de bandas e artistas que influenciaram Ozzy entre as décadas de 1960 e 1970.
Depois de ter lançado “Live At
Budokan”, em 2002, Ozzy Osbourne sofreu uma baixa em sua
banda no ano seguinte: o baixista Robert Trujillo foi para o Metallica
substituir Jason Newsted que, por sua vez, “quebrou o galho” de baixista em
algumas edições do Ozzfest. No entanto, o cantor acabou por adiar a gravação de
um novo material, pois, estava bastante envolvido com o The Osbournes, aquele
reality-show da MTV gravado em sua casa, onde é mostrado a rotina da família
Osbourne. Então, sem ter ficado praticamente três anos sem lançar nada, Ozzy
resolveu lançar o seu álbum de covers em que ele homenageia seus ídolos e
contemporâneos. No entanto, originalmente, “Under Cover” saíra
meses antes como parte do maravilhoso box “Prince Of Darkness”,
composto por quatro CD’s, mas com dez faixas. Porém, em novembro, foi lançado
oficialmente em CD à parte e acrescido de quatro faixas.
Mas, para o projeto, foram recrutados o guitarrista Jerry Cantrell
(Alice in Chains), Chris Wyse (ex-The Cult) e o baterista Mike Bordin, além de
outros músicos, conforme pode ser conferido na ficha técnica logo abaixo.
No tracklist, fica notório que a principal referência para Ozzy Osbourne
é John Lennon. Pois, o eterno beatle é lembrado em três temas: “In My Life”, composta por um angustiado John nos tempos
de Beatles, além de “Woman”, um pop bem agradável e que,
possivelmente, Ozzy quis homenagear (ou fazer uma média) com Sheron e uma
versão meia-boca de “Working Class Hero”, ou seja, essas
duas últimas são temas que John Lennon gravou em sua carreira solo.
Mas Ozzy manda muito bem mesmo nas músicas mais pesadas, que é a sua
especialidade, ao interpretar muito bem “Rocky Mountain Way”,
de Joe Walsh, “Mississippi Queen”, do Mountain, e
“Fire”, de Arthur Brown. Em outras, apesar de terem
ficado bacanas com a voz ‘metálica’ do Madman, como “Sunshine
Of Your Love”, do Cream, e “Sympathy For The Devil”,
dos Rolling Stones, Ozzy dá umas derrapadas.
Mas o deleite do play fica por conta das músicas mais pops, como “Go Now”, do Moody Blues, a versão matadora de “All The Young Dudes”, do Mott The Hoople, e “Good Times”, do The Animals. Enfim, para muitos, o
material parece ser mais um “caça-níquel”, mas, acredito que para Ozzy
Osbourne, foi algo muito divertido para fazer.
No entanto, a única ressalva que faço aqui é a faixa bônus: achei
totalmente desnecessário colocar o dueto que Ozzy faz com a sua filha Kelly
Osbourne em “Changes”, clássica balada do Black Sabbath do álbum “Vol. 4” (1972) e que, aqui, tem uma pequena alteração
no refrão. OK, talvez, a ideia do cantor era dar um “up’ na carreira de cantora
da filhota, uma vez que a faixa em questão Kelly lançou em seu ‘debut’ “Shut Up” (2002). Sinceramente, preferiria que, em vez
dessa música, fosse “Born To Be Wild“, do Steppenwolf,
em que Ozzy fizera um dueto com Miss Piggy (sim, aquela dos Muppets Babies),
que saiu em 1994, ou a versão de “Stayin’ Alive“, do
Bee Gees, em que o Madman cantou para o álbum “Confessions” (1991),
de Dweezil Zappa (o filho do homem – Frank Zappa). Aliás, essas duas músicas
estão em um dos CD’s do já mencionado “Princes Of Darkness“.
Mas, “Under Cover” foi lançado também no formato DualDisc (CD
e DVD). O DVD possui todas músicas com um som mais aprimorado, um documentário
intitulado “Dinner With Ozzy And Friends” e um clipe de “In My Life”.
Bom, “Under Cover”, apesar de ter seus méritos, não se trata
essencialmente de um disco imperdível de Ozzy Osbourne, é mais aconselhável
para quem coleciona algo do mestre e também como curiosidade em ver o Madman
cantar músicas dos outros, já que as únicas canções que ele canta fora de sua
carreira solo são os temas do Black Sabbath.
A seguir, a ficha técnica e o tracklist da obra.
Ozzy Osbourne: voz
Por Jorge Almeida

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