Galatea apresenta Leo Battistelli: água viva - sobre a relação entre arte, natureza e espiritualidade no momento da COP *

Foto meramente ilustrativa.

A mostra propõe uma reflexão sobre o vínculo entre o ser humano e a Terra

A exposição Leo Battistelli: água viva, que conta com texto crítico de Leonel Kaz, reúne cerca de 29 obras, incluindo inéditas, que exploram a profunda conexão entre o homem e a natureza por meio da luz, da matéria e da espiritualidade.

Coincidindo com a realização da COP, a exposição reforça a urgência das discussões ambientais contemporâneas ao propor um olhar poético e científico sobre o planeta. Para o artista, “nós todos somos líquens” — seres biológica e planetariamente feitos da mesma estrutura da Terra.

Entre ciência, ancestralidade e alquimia
No centro da mostra está a obra “Líquens”, que dá origem ao fio condutor da exposição. O artista trabalha há mais de duas décadas com esses organismos simbióticos que sinalizam ambientes de ar puro, criando instalações que se estendem entre o Brasil, a Argentina e o Chile. Os líquens de Battistelli não apenas representam o equilíbrio ecológico, mas também o elo entre território, corpo e ancestralidade.

Materiais como argilas, porcelanas e terras da Patagônia, do centro do Brasil e do Chile são utilizados com técnicas pré-hispânicas, criando o que o artista chama de “impressão territorial”. Cada obra carrega a memória geográfica e espiritual de seu material de origem, transformando o discurso ambiental em gesto poético.

A pesquisa de Battistelli dialoga com a física e a filosofia da ciência, em especial com o pensamento de Marcelo Gleiser, Prêmio Templeton, com quem o artista compartilha reflexões sobre os elementos fundamentais da vida — carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio. Essa confluência entre ciência e espiritualidade se manifesta nas obras que tratam da alquimia da luz e dos espectros cromáticos, revelando a imperfeição da natureza como força criadora.

Obras e conceitos
Entre as peças apresentadas estão “Figuras de Convite”, inspirada nos azulejos portugueses do século XVII e reinterpretada a partir de lendas da Amazônia e da África; “Respiro”, que evoca o gesto do nadador e o sopro vital do ar; e “Hexágono”, composta por 2.500 meias esferas de porcelana pintadas com ouro e platina, que representam as 88 constelações visíveis da Terra e remetem à ideia de que “somos feitos de pó de estrelas”.

Outras obras, como “Orvalho”, “Gelo”, “Pôr do Sol” e “Pepita”, abordam a atmosfera e a transformação da luz. “Pôr do Sol”, uma instalação de sete metros, traduz visualmente a travessia dos espectros luminosos pela poluição atmosférica — apenas o vermelho resiste. Já “Pepita”, uma semente de uva em porcelana e prata iluminada internamente, sintetiza a intimidade entre o ser humano e a natureza.

Ancestralidade e espiritualidade latino-americana
As narrativas de Battistelli incorporam lendas indígenas e africanas, reinterpretadas a partir de uma visão de continuidade entre o humano e o natural. O artista, que descobriu possuir ancestralidade indígena e aborígene, reconhece nessa origem o direito e o dever de transmitir oral e visualmente os mitos que moldam o imaginário latino-americano.

Para Leonel Kaz, “as obras de Leo são vivências, não conceitos abstratos”. Essa dimensão espiritual é reforçada pelos quatro pilares que estruturam a exposição: a relação entre Terra e humanidade, a espiritualidade latino-americana e africana, a alquimia e os espectros de luz, e a experiência como força transformadora.

Sobre o artista
Leo Battistelli é artista visual e pesquisador de processos naturais, com trajetória marcada pela integração entre arte, ecologia e espiritualidade. Trabalha com argilas, porcelanas e materiais coletados em territórios específicos da América Latina. Nadador e salva-vidas, traz para suas obras o tema do respiro, da água e da sobrevivência, unindo gesto físico, mito e ciência.

Serviço
Exposição: Léo Battistelli: água viva
Abertura: 26 de novembro de 2025, das 18h às 21h
Endereço: Rua Padre João Manuel, 808 – Jardins, São Paulo – SP
Período expositivo: 26 de novembro de 2025 a 17 de janeiro de 2026
Horários: Segunda a quinta – 10h às 19h | Sexta – 10h às 18h | Sábado – 11h às 17h
Mais informações: www.galatea.art
Instagram: @galatea.art_

Créditos: Otávio Garcia | A4&Holofote Comunicação 

* Este conteúdo foi enviado pela assessoria de imprensa 

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