Museu Memorial da Resistência de SP oferece atividades gratuitas para a população nos dias 18 e 25 de outubro *


Oficinas de colagem e debates sobre ocupações artísticas na América do Sul e Europa, são temas dos encontros aos sábados.

Com curadoria coletiva e horizontal, a mostra foi idealizada pelos artistas moradores da ocupação Ouvidor 63 — a maior ocupação cultural da América Latina — e é resultado de um projeto de pesquisa desenvolvido conjuntamente com pesquisadores e estudantes do Departamento de História da Arte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A exposição traz reflexões sobre a história do Ouvidor 63, que completou 10 anos de existência em 2024, e convida o público a conhecer essa experiência imersiva onde arte e vida se integram, e fomentam resistência e reinvenção, gerando novas formas de interação social e cultural.

“O espaço se ressignifica: andares plurais onde se cria, se vive, se celebra e se encontra. A cidade é ocupada de outra forma, e a ocupação encena uma cidade própria, com fluxos e lógicas alternativas.”, ressaltam os artistas ocupantes.

Com a abertura no mesmo dia em que será inaugurada a 36ª Bienal de São Paulo, a mostra reimagina outros espaços urbanos e caminhos possíveis para a produção artística, contrapondo a lógica mercadológica e valorizando os modos insurgentes de criar.

As atividades fazem parte da Exposição Ouvidor63: habitar a arte, em cartaz no Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.

18 de outubro - Sábado : JORNADA DE ESTUDOS: ESTABILIDADE NÔMADE
Ministrado por Rocio Urbano, artista e moradora da ocupação Ouvidor 63, a atividade propõe um espaço de debate a partir de depoimentos de 18 ocupações artísticas em territórios de vulnerabilidade social, com registros no Chile, Argentina, Espanha e Brasil, onde a artista realizou atividades socioculturais.

A jornada aborda reflexões sobre resistência cultural, experiências nômades e indígenas, além da luta de espaços autogestionados como formas de arte e política. A proposta está vinculada à obra , criada pela própria artista, que integra a exposição temporária Ouvidor 63: Habitar a Arte, em cartaz no Memorial da Resistência.

Rocio Urbano
Artista autônoma, empírica, migrante, música compositora, cantante, intérprete guitarrista, artista performática, poeta, escritora, roteirista, artesana, vendedora ambulante, mestre de cerimônias, ocupante, pesquisadora, oficinista, palhaça, curadora, figurinista, luthier. Artivista. Criadora e portadora de heterônimos. Tocando como “Gertrudis Murió” uma identidade que canta temáticas sociais de maneira sensível ou visceral. Se apresentando como “Romântica” uma palhaça que aborda o amor além do olhar romântico. Oficinista infantil como ação social em comunidades periféricas de Buenos Aires, do Rio de Janeiro e de São Paulo. Leva uma pesquisa de performances abstratas com projeções digitais e analógicas ao vivo trazendo um conceito espiritual na projeção de luzes e sombras. Criadora da galeria de arte atemporal “Isla Romântica”.

Serviço:  
18 de outubro – Sábado às 15 horas
Atividade gratuita – Não é necessário inscrição
Lugar de Encontro (3º andar)
Endereço: Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia  
São Paulo – SP 

25 de outubro - Sábado: Oficina de colagem com Micaela Yañez
A partir da exposição Ouvidor 63: Habitar a Arte, a artista gráfica e visual Micaela Yañez propõe uma roda de conversa sobre o direito à moradia, seguida da criação de colagens que expressem coletivamente as reflexões levantadas.  

Micaela Yañez é argentina, moradora da ocupação Ouvidor 63 e pós-graduanda em História da Arte pela Unifesp. 

Durante a atividade, ela apresentará noções básicas de teoria da cor, forma, contraforma e níveis de leitura da imagem, oferecendo ferramentas para ampliar a experimentação artística. 

Serviço:
25 de outubro – Sábado, às 15 horas
Atividade gratuita – Inscrição a partir de 15 de outubro no site do memorial no link https://memorialdaresistencia.byinti.com/#/event/oADLsp3_oih16SIneCDu
Endereço: Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia  - São Paulo – SP 

Sobre a ocupação Ouvidor 63 
Desde 2014, o edifício de número 63 da Rua do Ouvidor, no centro da cidade de São Paulo, abriga um movimento sociocultural singular na cidade: uma ocupação autogerida, que une a luta por moradia à prática artística.

Em cada um dos treze andares do edifício, multiartistas brasileiros e latino-americanos elaboram modos de vida que resistem à lógica de opressão e exclusão urbanas. Dormitórios, cozinhas e banheiros coexistem com ateliês, estúdios, biblioteca e teatro, configuram um lugar de invenção, intercâmbio de saberes e organização colaborativa.

A exposição reimagina esses espaços com obras, registros, depoimentos e ações concebidas pelos artistas ocupantes. Obras essas construídas, em grande medida, a partir do reaproveitamento de rejeitos e excedentes urbanos, problematizando a lógica do descarte e da mercantilização, que não é alheia à própria luta por moradia.

Sobre o Memorial da Resistência
Memorial da Resistência de São Paulo é um museu de história dedicado à memória política das resistências e da luta pela democracia no Brasil, que tem como missão a valorização da cidadania, da pesquisa e da educação a partir de uma perspectiva plural e diversa sobre o passado, o presente e o futuro.   

Aberto ao público em 2009, o museu é um lugar de memória dedicado a preservar a história do prédio onde operou entre 1939 e 1983 o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP), uma das polícias políticas mais truculentas da história do país.    

Por meio de exposições temáticas de grande impacto social, ações educativas, atividades para pessoas com deficiência e programações culturais gratuitas, o museu se consolidou como referência em Educação em Direitos Humanos, promovendo o pensamento crítico e desenvolvendo atividades sobre Direitos Humanos, Repressão, Resistência e Patrimônio.

Memorial da Resistência de São Paulo 
Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia  
São Paulo – SP 
Entrada: Gratuita
Visita: Quarta a segunda-feira, das 10h às 18h.
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Créditos: Juliana Victorino | Jacarandá Agência

* Este conteúdo foi enviado pela assessoria de imprensa

 

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