Médico escreve livro que traz à tona crise na medicina *
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Foto meramente ilustrativa. |
Cirurgião levanta os principais "sintomas" que estão adoecendo a medicina
A pergunta, que poderia soar exagerada há alguns
anos, hoje ecoa em consultórios, hospitais e até nas redes sociais. Médicos
exaustos, pacientes desconfiados, agressões verbais e até físicas, algoritmos
tentando substituir o olhar humano. O que era símbolo de confiança, o jaleco
branco, tornou-se alvo de questionamentos. A medicina, como a conhecemos,
parece estar adoecendo — e isso atinge a todos nós.
Esse é o ponto de partida do livro “Jaleco Branco –
A Crise que Vivemos Hoje”, escrito pelo cirurgião e professor Dr. Bruno M.
Pereira, que há 25 anos vive a realidade da linha de frente. A obra não oferece
respostas fáceis, mas mergulha nos sintomas que indicam que a prática médica
atravessa uma crise de identidade — e que talvez precise de uma “terapia
intensiva” para se reencontrar.
Os
sintomas do adoecimento da medicina
O autor organiza sua reflexão em torno de “sintomas”
visíveis:
Exaustão
em cadeia: médicos sobrecarregados, plantões
intermináveis, consultas cronometradas. O burnout deixou de ser
exceção e virou rotina.
Violência
crescente: a relação médico-paciente, antes marcada por
confiança, hoje muitas vezes se rompe em agressões — físicas, verbais ou nas
redes sociais.
A
perda do tempo e do toque: consultas cada vez mais rápidas e protocolares
afastaram médicos e pacientes, corroendo o vínculo humano que sempre sustentou a
boa prática.
Desilusão
recíproca: médicos frustrados pelo sistema e pacientes
decepcionados por não se sentirem acolhidos. Ambos se percebem traídos pela
medicina.
O
impacto da sociedade digital
Bruno Pereira também expõe o efeito das redes
sociais e da chamada “Googleização da saúde”: pacientes chegam aos
consultórios com diagnósticos prontos, influenciados por vídeos ou grupos
online. O médico, que antes era guardião da informação, hoje disputa
credibilidade com influenciadores digitais. Isso gera um paradoxo: nunca houve
tanto acesso à informação, mas nunca foi tão difícil saber em quem
confiar.
Entre
algoritmos e empatia
Outro ponto central é a discussão sobre a Medicina
Baseada em Evidências, criada para qualificar a prática clínica, mas que, segundo
o autor, vem sendo distorcida pelo excesso de publicações de baixa qualidade,
interesses da indústria e protocolos engessados. Em meio a dados e algoritmos,
corre-se o risco de esquecer que o paciente não é uma estatística — é uma
pessoa com medos, valores e singularidades.
Uma
crise que é de todos
Para Bruno Pereira, o adoecimento da medicina não
afeta apenas quem veste o jaleco, mas também todos que estão do outro lado da
mesa ou da maca. A crise é sistêmica, relacional e simbólica: trata-se de repensar
a essência do cuidado.
“Se a medicina está doente, talvez ainda haja cura.
Mas ela só virá se tivermos coragem de resgatar o vínculo humano, a empatia e o
sentido da profissão”, afirma o autor.
Um
livro reflexivo e provocador
Mais do que uma denúncia, Jaleco Branco é um convite
à reflexão coletiva. Com linguagem acessível, o livro fala tanto a
profissionais da saúde quanto ao público geral, propondo um debate sobre como
reconstruir a confiança e devolver humanidade à prática médica. “Esse é o
principal desafio. Precisamos entender que nós, médicos, e os pacientes não
estão – ou não deveriam estar – de lados opostos”, afirma. “Mas se nada for
feito, poderemos perder o que nos sobrou. E uma sociedade não pode viver sem
médicos”, completa.
O livro Jaleco Branco, com 296 páginas,
está disponível em formato digital na Amazon, por meio do link https://www.amazon.com.
Créditos: Pattrícia C. | Capovilla Comunicação
* Este conteúdo foi enviado pela assessoria de imprensa
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