Mato ou Morro lidera premiações no Cine Curta POA *
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| Foto meramente ilustrativa. |
Atena e Amor e Morte em Julio Reny também se destacam entre os vencedores da Mostra que foi realizada em Porto Alegre, entre os dias 25 e 28 de setembro
Entre os filmes mais premiados do Cine Curta POA, realizado na última
semana na capital gaúcha, três títulos se destacaram pela quantidade de troféus
conquistados. Mato ou Morro foi o grande vencedor, arrebatando reconhecimentos
de Melhor Longa-Metragem, Melhor Direção, Melhor Ator (Raphael Logam e Sacha
Bali), Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Roteiro e ainda o Troféu
Ubuntu de Melhor Ator, consolidando-se como o mais premiado da edição.
Mato ou Morro
O roteirista e produtor Enrico Peccin voltou a ser destaque no festival
com Mato ou Morro, uma narrativa leve e irônica, com forte conexão local.
Segundo ele o projeto foi mais próximo da realidade de Porto Alegre e do Rio
Grande do Sul em geral, com participação de amigos e até colegas do Uruguai,
que já tinham colaborado no primeiro filme.
“A trama começa em Montevidéu, quando um casal presencia bandidos se
matando, encontra uma maleta de dinheiro e decide fugir para Gramado. Lá,
conseguem emprego em uma pousada, mas a história vira uma confusão total”,
explicou Peccin.
O filme mistura humor ácido com situações absurdas. “O personagem do
Sacha Bali acaba se envolvendo com uma uruguaia, o que desencadeia uma
sequência de mortes. Cada vez que alguém chega na pousada, acaba morrendo e os
protagonistas têm que enterrar os corpos. É engraçado, não tem nada de sério,
porque simplesmente as coisas vão acontecendo e se acumulando na tela”,
detalhou o roteirista.
A produção na cidade gaúcha também foi marcada por momentos de
descontração. “O clima das filmagens foi muito gostoso, a gente dava risada o
dia inteiro. Em várias cenas eu e Logam tínhamos crises de riso e ficávamos um
tempão nos concentrando pra conseguir gravá-las sem cair na gargalhada. No
último dia estávamos exaustos, mas muito felizes com o processo, e rindo tanto
quanto no primeiro dia”, contou o ator Sacha Bali.
O ator Raphael Logam, que interpreta um médico psiquiatra, ressaltou a
originalidade do papel: “O que me atraiu foi o conjunto da obra, pois o filme
tem um estilo de roteiro com comédia e suspense, e um personagem que tem um tom
maravilhoso que adoro explorar.”
O coprodutor Gustavo Melo, carioca residente de Gramado, destacou a
diversidade que marcou o projeto: “Nosso elenco era de todo o Brasil e tinha
gente do Uruguai também. Nossa equipe de produção era multicultural e de vários
lugares. A vantagem de estar em Gramado é essa. É uma cidade conhecida pelo
turismo, mas temos aqui uma população de gente de qualidade de todo o Brasil e
até do mundo.”
O coprodutor e representante da A2 Filmes, Ronaldo Bettini, reforçou o
caráter universal da produção: “O Mato ou Morro não é apenas ‘Cinema Gaúcho’,
nem ‘Cinema Brasileiro’. É Cinema. É um filme para o mundo ver. Não está preso
em regionalidades nem em cultura local, mas sim em situações que causam risadas
em qualquer pessoa.”
O longa conta com um elenco de peso, reunindo talentos já reconhecidos
do cinema e da televisão, como Raphael Logam, indicado ao Emmy Internacional;
Sacha Bali, Brendha Haddad, Rafael Beltrán, Karla Bonfá e a uruguaia Alejandra
Grossi, reforçando a conexão internacional da obra.
O diretor Caco Souza celebrou o reconhecimento recebido pelo filme e
destacou o papel do Cine Curta POA como novo espaço de valorização do cinema
nacional.
“Quero agradecer imensamente ao Cine Curta POA, que em sua primeira
edição já se mostrou um espaço potente para o cinema brasileiro. É uma honra
ver nosso filme Mato ou Morro ser reconhecido com os prêmios de Melhor Filme,
Melhor Direção (Caco Souza), Melhor Roteiro (Enrico Peccin), Melhor Ator
(Raphael Logam e Sacha Bali), Melhor Direção de Fotografia (Juliano Dutra),
Melhor Trilha (João Avino) e Melhor Ator Diversidade (Raphael Logam). Essas
conquistas são fruto de uma equipe e elenco incríveis, que colocaram alma e
dedicação nesse projeto. Um agradecimento especial também à A2 Filmes, na
figura do Ronaldo Bettini, por acreditar no filme desde o início. Muito
obrigado ao festival e a todos que fizeram parte dessa jornada.”
Outros destaques
Também na lista de premiados, Atena brilhou com a vitória de Mel Lisboa
como Melhor Atriz, além dos prêmios de Melhor Ator Coadjuvante (Lui Mendes) e
Melhor Direção de Arte (Marcos Reis). Já o longa Amor e Morte em Julio Reny
conquistou destaque ao receber o troféu de Melhor Montagem e ser eleito o
Melhor Documentário na Mostra RS, somando duas premiações importantes.
O filme Atena foi considerado pelo roteirista Enrico Peccin uma
oportunidade de transição criativa, uma vez que até então ele se dedicava a
produções de comédia. O projeto marcou sua estreia em um gênero mais denso e
conceitual, com narrativa feminista e protagonismo forte.
“Eu sou roteirista de filmes de comédia, mas quando comecei a escrever
roteiros recebi muitos comentários do tipo: ‘cara, tu tem que pelo menos
escrever um filme sério na tua vida, porque as pessoas respeitam bem mais
filmes sérios’. Então pensei: tá, ok, vou provar que consigo escrever coisas
sérias. Assim nasceu Atena”, contou o roteirista.
Na trama, a atriz Mel Lisboa interpreta Atena, uma mulher que, após ter
sido abusada pelo próprio pai na infância, se transforma em assassina de
pedófilos por esporte. A personagem descobre o paradeiro do pai em Montevidéu e
decide enfrentá-lo, conduzindo a narrativa para um desfecho intenso.
“Foi muito legal de fazer. Eu já tinha participado de algumas produções
anteriores com roteiros meus, mas Atena foi o primeiro em que atuei também como
coprodutor executivo, ao lado do Gustavo Melo. Tivemos ainda a parceria do
diretor Caco Souza, que ajudou a transformar essa ideia em um produto final bem
interessante e envolvente de assistir”, destacou Peccin.
O filme traz em seu elenco nomes de grande prestígio no cenário
audiovisual brasileiro, entre eles Mel Lisboa e Thiago Fragoso, que agregam
ainda mais força e intensidade à narrativa.
Sobre o Cine Curta POA
O Festival Cine Curta POA estreia em 2025 reunindo cineastas, produtores,
atores e amantes do cinema em Porto Alegre (RS). Com programação diversificada,
o evento valoriza a produção audiovisual nacional por meio de mostras
competitivas, debates, oficinas e sessões especiais. A premiação dos melhores
filmes será feita por júri e público, com troféus e incentivos à produção
independente. Voltado também à formação de novos talentos, o festival busca
consolidar Porto Alegre como polo cultural e estimular a circulação de
narrativas diversas do cinema brasileiro. O idealizador e coordenador geral do
festival é o cineasta Luis Felipe Gomes Oliveira.
A 1ª edição conta com realização da Striker Produtora, patrocínio do
Double Tree by Hilton Porto Alegre, apoio da Associação dos Amigos da Casa de
Cultura Mario Quintana, Casa de Cultura Mario Quintana, Ritter Hotéis, Up Food
Art e Dirty Old Man. O financiamento é do Instituto Estadual de Cinema do RS
(Iecine), Pró-Cultura, Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul,
Lei Paulo Gustavo e Ministério da Cultura – Governo Federal do Brasil, União e
Reconstrução.
Créditos: Marcelo Roxo Matusiak | PlayPress
* Este conteúdo foi enviado pela assessoria de imprensa

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