Eric Clapton: 45 anos de “Just One Night”
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"Just One Night", álbum ao vivo de Eric Clapton, que completa 45 anos de lançamento em 2025. |
No último dia 16 de abril, o álbum duplo “Just One Night”, de Eric Clapton, completou 45 anos de lançamento. Gravado ao vivo no lendário Budokan Theatre, em Tóquio, nos dias 3 e 4 de dezembro de 1979, o disco saiu pela RSO e a co-produção do próprio Clapton e Jon Astley. Na ocasião, Eric “God” Clapton promovia na terra do Sol Nascente o disco “Backless” (1978) e estava em plena forma.
Com a presença do guitarrista Albert Lee,
a obra traz um recheado repertório de clássicos e releituras que atestam o
virtuosismo e a polivalência de Clapton, acompanhado por uma banda
recém-formada por músicos britânicos. O guitarrista demitira sua banda norte-americana
por conta de sua patente estagnação e de todos os problemas pessoas que vivia à
época.
O trabalho começa com a enérgica versão de
“Tulsa Time”, seguido do blues
cadenciado de “Early In The Morning”.
Já a dobradinha “Lay Down Sally” e “Wonderful Tonight”, clássicos oriundos
do ótimo “Slowhand” (1977), alimentam
a súplica popular, apesar de a última, com seu riff desacelerado, perca parte
do impacto emocional da versão original. Já em “If I Don’t Be There By Morning”, de Bob Dylan, os contrastes entre
a guitarra “agressiva” de Clapton com a precisão de Lee enriquecem a faixa com
diferentes abordagens estilísticas. Enquanto isso, em "Worried Life Blues", de Big Maceo
Merriweather, chama atenção a expressividade vocal de Eric e o instrumental
refinadíssimo, enquanto “All Our Past
Time” ganha uma roupagem interessante com os duetos vocais e a alternância
de solos entre os dois guitarristas. E, encerrando o primeiro disco, a clássica
“After Midnight”, de JJ Cale, mostra
todo o vigor de “God”, que arrebenta com tudo no solo de wah wah, deixando
claro a influência do compositor sobre o guitarrista.
O segundo álbum começa de forma estupenda,
com “Double Trouble”, de Otis Rush,
com uma interpretação cheia de sentimento e intensidade. Depois, em “Setting Me Up”, do Dire Straits, traz
os vocais de Albert Lee e que é uma das poucas ocasiões em que o protagonismo
não fica por conta de Eric Clapton. Em contrapartida, o músico apresenta
domínio técnico e solos expansivos em uma performance memorável em “Blues Power”. Na parte final da obra, no medley “Rambling On My Mind” / “Have You Ever Loved A Woman”, Clapton
corrobora a sua veia blueseira, enquanto a icônica "Cocaine", outra composição de J.J. Cale, se transforma em hino
de arena com um solo explosivo. Por fim, "Further Up The Road", de Don Robey, encerra o espetáculo com
energia e a tradicional apresentação dos músicos, consolidando o álbum como uma
celebração ao vivo do legado de Clapton.
Considerado como um dos melhores discos de
Eric Clapton, “Just One Night” chegou
a ocupar o segundo lugar nas paradas americanas e o terceiro nos charts
britânicos. Isso pode ser atribuído ao nível do profissionalismo dos músicos britânicos,
a técnica absurda de Clapton e também o comportamento exemplar do público japonês,
bem como a boa produção do play. Altamente recomendado.
A seguir, a ficha técnica e o tracklist da
obra.
Álbum: Just One Night
Intérprete: Eric Clapton
Lançamento: 16 de abril de 1980
Gravadora/Distribuidora: RSO
Produtores: Eric Clapton e Jon Astley
Eric Clapton: guitarra, voz e backing vocal
Albert
Lee: guitarra, backing vocal, voz solo em "Setting Me Up" e órgão em "Worried Life Blues”
Dave
Markee: baixo
Henry
Spinetti: bateria
Chris
Stainton: teclados
CD 1:
1. Tulsa Time (Flowers)
2. Early In The Morning (Traditional / Arranjos: Clapton)
3. Lay Down Sally (Clapton / Levy / Terry)
4. Wonderful Tonight (Clapton)
5. If I Don't Be There By Morning (Dylan / Springs)
6. Worried Life Blues (Merriweather)
7. All Our Past Times (Clapton / Danko)
8. After Midnight (Cale)
CD 2:
1. Double Trouble (Rush)
2. Setting Me Up (Knopfler)
3. Blues Power (Clapton
/ Russell)
4. Rambling On My Mind/Have You Ever Loved A Woman (Jonhson) (Traditional / Byles)
5. Cocaine (Cale)
6. Further On Up The Road (Veasey / Robey)
Por Jorge Almeida
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