Ultraje a Rigor: 35 anos de “Por Quê Ultraje A Rigor?”
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| “Por Quê Ultraje a Rigor?”: o primeiro disco de covers do Ultraje a Rigor, que completa 35 anos em 2025. |
O quarto disco de estúdio do Ultraje a Rigor, intitulado “Por Quê Ultraje a Rigor?”, completa 35 anos neste mês de março. Gravado entre 1989 e 1990, o disco foi lançado pela WEA e produzido por Paulo Junqueiro. O álbum marcou a saída do baterista Leôspa, do baixista Maurício Defendi e do guitarrista Sérgio Serra (que voltou e saiu depois).
O tracklist
do álbum é recheado de covers e apenas um tema autoral. Aliás, essas versões
feitas por Roger Rocha Moreira e companhia representam uma volta às raízes do
grupo, que foi fundado em 1980 e, de fato, como muitas outras, começou tocando
“músicas dos outros”. No caso do Ultraje a Rigor, o início foi, basicamente,
com covers dos Beatles, rock da década de 1960, new wave e punk.
Essa
volta às origens, culminou na seleção de 17 faixas que vão desde Beatles e
Rolling Stones (sim, o Roger “era
um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones”) a
Roberto e Erasmo Carlos (a versão tupiniquim de “Lennon/McCartney”) e a galera
da Jovem Guarda. Além disso, a única música autoral, na verdade, foi a primeira
canção composta pelo vocalista: “Mauro Bundinha”, que foi feita por conta de uma
brincadeira bem-humorada para tirar o sarro de um amigo (chamado Mauro, obviamente)
que ele e Leôspa conheceram nos Estados Unidos, onde moravam no final da década
de 1970.
Como
foi dito no primeiro parágrafo, o disco foi gravado entre 1989 e 1990, isso
porque algumas das faixas foram registradas durante as gravações do disco anterior
(“Crescendo”,
de 1989). A obra tem músicos de apoio como os irmãos Busic (Andria e Ivan),
fundadores do Dr. Sin, além de Osvaldo Fagnani. Isso porque, ao longo do
processo, o Ultraje a Rigor sofreu algumas baixas em sua formação, como as
saídas de Maurício Defendi, que se casou com uma norte-americana e mudou-se
para Miami; Sérgio Serra também largou o barco para fundar a sua própria banda
e, mais tarde, foi a vez de Leôspa deixar as baquetas da banda. E, assim, da
formação clássica restando apenas Roger.
O disco teve
boa aceitação, recebendo elogios de alguns críticos e bem acolhido pelos fãs e
vendeu relativamente bem, algo em torno de 50 mil cópias. E o legal é que, no
encarte, são mostradas todas as cifras das músicas do play sobre suas letras.
Entre os destaques do tracklist estão “I Wanna Be Your Man”, dos Stones (embora tenha sido composta por Lennon/McCartney e lançada também pelos Beatles); “Nobody But Me”, do The Human Beinz; “Runaway”, de Del Shannon; “You Wondering Now”, do The Specials; “Twist And Shout”, de Phil Medley e Bert Russell, que foi gravada por muita gente, inclusive pelos rapazes de Liverpool (preciso mesmo dizer quem são?); “Vem Quente Que Eu Estou Fervendo”, de Eduardo Araújo; “Let’s Twist Again”, eternizado com Chubby Checker; e “Os Quatro Cabeludos (Os Sete Cabeludos)”, de Roberto e Erasmo.
O trabalho é bem diversificado em relação às faixas. Aliás, Roger deve ter quebrado a cabeça à beça para selecionar as faixas que entrariam no disco, afinal, eles tinham cerca de 100 covers no repertório.
Curiosamente,
no canto inferior direito da capa do álbum contém o termo “VOL. 1”. Confesso
que, quando vi essa parte (acredito que não fui o único), que a banda lançaria “Por Quê Ultraje A Rigor – Vol.
2” em breve. De fato, eles lançaram, mas não foi “tão breve”. Para
ser exato, 25 anos depois, em 2015, quando saiu o segundo disco de covers do
Ultraje. Mas, diferentemente desse play de 1990, esse foi lançado apenas via
download digital e plataformas de streaming, ou seja, sem edição lançada
fisicamente (CD/LP) nas lojas (o que lamento muito) e, ainda, apenas com
músicas instrumentais que a atual formação costuma, de vez em quando, tocar nos
talk-shows apresentados por Danilo Gentili (mais especificamente o, hoje
extinto, “Agora é Tarde com Danilo
Gentili”, da Band, e o atual “The Noite com Danilo Gentili”, no SBT). E o que os
dois registros têm em comum, além de serem covers? Ele, Roger Rocha Moreira.
O
CD também saiu no limitado box “Ultraje a Rigor 30 Anos”,
de 2014 (limitado porque foram lançadas apenas 500 unidades, que fique claro).
Mas, ainda bem, que “Por
Quê Ultraje A Rigor?” não é difícil de achar, pois,
lamentavelmente, dos cinco trabalhos do Ultraje a Rigor que saíram pela WEA,
apenas ele e o “Nós Vamos Invadir Sua
Praia” estão em catálogo. E a versão em CD tem uma faixa a mais
de bônus (vide no tracklist abaixo).
É um disco
agradável de ouvir, uma vez que os covers foram bem escolhidos, assim como
tocados. Ou seja, indicado para quem gosta e para quem não gosta do Ultraje A
Rigor.
A seguir, a
ficha técnica e o tracklist da obra.

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