Pink Floyd: 45 anos de “The Wall”
“The Wall”: obra-prima do Pink Floyd, que completa 45 anos de lançamento em 2024 |
Neste sábado, 30 de novembro, o álbum duplo de estúdio mais vendido da história completa 45 anos de seu lançamento. A obra-prima “The Wall“, o 11º disco de estúdio dos britânicos, foi gravada entre abril e novembro de 1979 e teve sua produção assinada por Roger Waters, David Gilmour, James Guthrie e Bob Ezrin. Enquanto a sua distribuição ficou por conta da Harvest Records, no Reino Unido, e pela Columbia Records, nos Estados Unidos.
Continuando com a tendência dos três trabalhos de estúdios anteriores do
Pink Floyd, a obra em questão é um disco conceitual, abordando temas como
abandono e isolamento pessoal. A concepção se deu início em meio à turnê “In The Flash“, em 1977, quando o baixista, letrista e
vocalista Roger Waters sentiu-se frustrado para com seus espectadores a tal
ponto de o músico imaginar-se construindo um muro entre o palco e o público.
“The Wall”
é uma ópera rock focada em Pink, um personagem fictício baseado em Waters. As
experiências de vida de Pink começam com a perda de seu pai durante a Segunda
Guerra Mundial, e continuam com a ridicularização e o abuso de seus
professores, com sua mãe superprotetora e, finalmente, com o fim de seu
casamento. Tudo isso contribui para uma autoimposta isolação da sociedade,
representada por uma parede metafórica.
A
combinação de todas essas características – uso de drogas, loucura, alienação e
opressão – faz com que o conceito do disco seja visto normalmente como uma
combinação das experiências de, além de Roger Waters, Syd Barrett, um dos
fundadores do Pink Floyd, afastado da banda devido ao uso de drogas e que já
havia sido homenageado em “Wish You Were Here” (1975) Escondido atrás de uma
parede, a crise Pink cresce e termina em uma apresentação alucinante no palco.
Nela, ele crê ser um ditador fascista.
O álbum contém um estilo mais duro e teatral do que os lançamentos
anteriores do Pink Floyd. O tecladista Richard Wright deixou a banda durante a
produção do álbum, embora tenha continuado no processo de gravação como um
músico pago, apresentando-se com o grupo na turnê The Wall. Comercialmente
bem-sucedido desde o seu lançamento, o álbum foi um dos mais vendidos de 1980 e
vendeu mais de 11,5 milhões de unidades nos Estados Unidos, atingindo a
primeira posição da Billboard. Um dos singles lançados, “Another Brick In The Wall (Part II)“, esteve em várias
paradas ao redor do mundo. Em 2003, a revista Rolling Stone listou “The Wall” na 87.ª posição em sua lista dos 500 melhores
álbuns de todos os tempos.
Gravado em diversos locais, “The Wall” foi
produzido na França, entre janeiro e julho de 1979, no Estúdio Miraval, onde
Roger Waters gravou seus vocais, enquanto Michael Kamen supervisionou os
arranjos orquestrais no CBS Studios, em Nova York, em setembro. Já a banda, por
sua vez, utilizou o Cherokee Studios e o The Recorder Village, em Los Angeles,
e, ainda, trabalharam no Producers Workshop, por uma semana em novembro de
1979.
Contudo, o
período de gravações ficou marcado por conta da direção que o álbum ia tomar,
que afetou as relações internas entre o quarteto e o papel de Bob Ezrin, que
foi uma espécie de ponte entre Waters e os demais integrantes da banda,
especialmente a rixa entre Roger Waters e Richard Wright, que foi demitido do
grupo e contratado como músico de apoio na turnê que se seguiu.
O
tecladista Richard Wright também tinha seus próprios problemas. Na época, o
artista enfrentava crises em seu casamento e vivia o início de sintomas
depressivos. As férias da banda foram reservadas para agosto, depois que eles
estavam para se reunir no Cherokee Studios em Los Angeles, mas a Columbia
ofereceu à banda um melhor negócio em troca do lançamento do álbum no Natal. Waters,
portanto, aumentou a carga de trabalho da banda.
Evidentemente que, em virtude do sucesso do álbum conceitual, “The Wall” se transformou em um filme, lançado em 1982
com direção de Alan Parker. Depois de ser exibido no festival de cinema de
Cannes, o filme recebeu críticas positivas por parte da mídia especializada.
Baseada no conceito do disco, a película foi concebida para ser um misto de
trechos de apresentações ao vivo do grupo na turnê com as animações de Scarfe.
Porém, a qualidade duvidosa das gravações realizadas durante as apresentações
fez com que Parker abandonasse a ideia e optasse pelo uso de atores.
Quanto ao repertório, o disco possui 26 faixas em dois LP’s (ou CD’s,
para quem não tem os “bolachões”). Mas, certamente, os destaques ficam por
conta das três partes de “Another Brick In The Wall”,
especialmente a parte II, que é até hoje considerado um dos maiores hits do
grupo, que foi lançado em single, e ocupou o topo das paradas nos Estados
Unidos, no Reino Unido e em diversos países. A música, essencialmente, faz
críticas ao rígido sistema educacional e a música se destacou pelo riff
peculiar de guitarra e o vocal das crianças da Islington Green School. Além de
“Hey You”, que fala sobre um trecho do história do
personagem Pink, já tendo abandonado a sociedade e pedindo por ajuda de alguém
fora de seu muro. O grito ‘Hey you’ fica mais e
mais desesperado, provando que Pink se arrepende do abandono da sociedade e se
desespera enquanto vê que não tem esperança. Já “Comfortably Numb”
traz o seu maravilhoso solo, considerado um dos mais espetaculares da história
do rock. E também “Nobody Home”, em que o protagonista
Pink descreve sua vida solitária por trás de seu muro mental. Ele não tem
ninguém com quem conversar, ninguém para dividir os seus medos; tudo o que ele
tem são suas posses.
A seguir, a
ficha técnica e o tracklist da obra.
Por Jorge
Almeida
Comentários
Postar um comentário