Botafogo: campeão da Copa Libertadores da América 2024
O Botafogo conquistou a inédita Libertadores em cima do Atlético Mineiro em Buenos Aires neste sábado (30/11). Créditos: @Botafogo |
Mesmo com um jogador a menos em praticamente todo o jogo, o Botafogo derrotou o Atlético Mineiro por 3 a 1 e conquistou a Copa Libertadores da América 2024, neste sábado (30), no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Pela primeira vez, o time de General Severiano leva o troféu mais cobiçado do continente. Luiz Henrique abriu a contagem para o Fogão, enquanto Alex Telles, de pênalti, ampliou para o clube carioca no primeiro tempo. Na etapa complementar, o chileno Vargas chegou a descontar, mas no último lance da partida, Júnior Santos fez o gol do título para o clube da Estrela Solitária que, de quebra, pode ainda abocanhar o Campeonato Brasileiro na próxima quarta-feira (4), caso supere o Internacional e o Palmeiras não vença o Cruzeiro.
O jogo praticamente começou da pior maneira possível para o Botafogo.
Com menos de um minuto de jogo, o Fogão perdeu Gregore, que recebeu cartão
vermelho por conta de ter erguido muito pé e ter acertado o rosto de Fausto
Vera em uma "zona morta" do campo, na região do círculo central. O
atleticano ficou sangrando muito e precisou ser atendido pelos médicos.
Depois de quatro minutos e meio de atendimento ao camisa 18 do Galo, a
partida foi retomada. Aos seis, Almada cobrou falta da esquerda, Battaglia
furou e Everson fez a defesa. Em seguida, aos oito, Fausto Vera acionou Hulk na
esquerda, o camisa 7 soltou a pancada, John defendeu e a zaga botafoguense
tirou o perigo.
Com um jogador a mais, o Atlético Mineiro teve mais volume de jogo,
ocupou mais o campo do Botafogo. Aos dez, Hulk tentou mais uma vez, mas do lado
esquerdo, e John pegou mais uma.
Com um jogador a mais, o Galo Doido manteve a posse de bola no campo de
ataque e o Glorioso se fechou com duas linhas de quatro, compactando e deixou
apenas Igor Jesus solto. Aos 23, Junior Alonso tabelou com Guilherme Arana,
cruzou na área, Deyverson dominou, enganou Vitinho e mandou para fora, à
esquerda do gol de John.
O time carioca tentou sair mais da defesa. Aos 24 minutos, Savarino
tentou de fora da área e o chute saiu sem direção. Aos poucos, o Botafogo foi
equilibrando o jogo e, na base da paciência, conseguiu abrir o placar, mesmo
com um a menos.
Aos 34, em jogada pelo lado esquerdo, Luiz Henrique recebeu na esquerda,
rolou para Marlon Freitas, que chutou de primeira, a bola bateu em Júnior
Alonso e sobrou para o camisa 7 emendar de primeira por baixo de Everson e
colocar o Fogão na frente na decisão.
O Atlético Mineiro, mesmo com um a mais, sentiu bastante o gol sofrido
e, para confirmar isso, aos 39 minutos, a situação complicou. A bola foi
lançada ao ataque, Guilherme Arana foi proteger para Everson, mas Luiz Henrique
foi mais rápido e o goleiro tocou o camisa 7 do Glorioso. O jogo seguiu, mas
assim que a bola parou, o árbitro foi chamado pelo VAR para uma possível
penalidade. E, após consultar o vídeo, Facundo Tello confirmou o pênalti. Na
cobrança, Alex Telles cobrou forte, no canto esquerdo do arqueiro do Galo, e
ampliou o placar.
O primeiro tempo teve seis minutos de acréscimos. O confronto ficou mais
pegado, com três jogadores defensivos do Galão da Massa amarelados. A equipe
belo-horizontina tentou descontar ainda no primeiro tempo, mas aos 51 minutos,
Facundo Tello encerrou a etapa inicial com o Botafogo em boa vantagem para
conquistar a "Glória Eterna".
Para o segundo tempo, o técnico Gabriel Milito voltou com três mudanças:
Mariano, Bernard e Vargas entraram nos lugares de Lyanco, Fausto Vera e Gustavo
Scarpa. E o Atlético veio para cima e, com menos de dois minutos, conseguiu
descontar com o chileno Vargas. Hulk cobrou escanteio e o camisa 11 cabeceou no
canto de John e incendiou a final.
O Atlético Mineiro seguiu na pressão. Aos cinco, Hulk recebeu na
direita, limpou a jogada e chutou para fora. Dois minutos depois, o camisa 7 do
Galo cruzou na área, Deyverson deu um peixinho, mas não conseguiu direcionar o
mergulho. O time de Minas seguiu com a posse de bola, chegando a 70%, rondando
a área botafoguense. Aos oito, Mariano levantou na área, Vargas escorou para
Deyverson, que emendou de primeira, a pelota explodiu em Adryelson e, na
seguida, o camisa 9 pediu pênalti após chocar-se com Marlon Freitas. Mas a
arbitragem mandou o lance seguir.
Aos 12 minutos, Artur Jorge fez duas mudanças no Botafogo: saíram Savarino
e Alex Telles para as entradas de Danilo Barbosa e Marçal. Mas o Galo seguiu em
cima. Aos 18, Hulk recebeu na direita, limpou para dentro, bateu forte no canto
e John espalmou para escanteio. E, de escanteio em escanteio, o Campeão do Gelo
seguiu rondando a área da Estrela Solitária.
Depois dos 20 minutos, o jogo virou um verdadeiro "ataque contra
defesa".
Nos minutos seguintes, o Atlético foi para cima do Botafogo, investindo
em lançamentos na área, seja via cruzamentos ou cobrança de escanteios,
especialmente com Hulk e o clube do Rio de Janeiro se fechou. Aos 37, Arana
teve liberdade pela esquerda, avançou, tentou com a perna direita e chutou sem
direção.
Mais tarde, aos 40 minutos, Mariano de um passe magistral para Vargas,
que passou por trás da defesa do Bota, se antecipou a Adryelson e mandou por
cima do gol. Foi a melhor chance do Galo desde o gol marcado pelo seu camisa
11. Dois minutos depois, Adryelson falhou no recuo de cabeça, Vargas ficou
livre diante de John, tentou cobrir o arqueiro botafoguense, mas errou por
muito.
A decisão teve sete minutos de acréscimos. O Atlético foi para o abafa e
a torcida seguiu com o seu "Eu, acredito!". O Botafogo se livrando da
bola de sua defesa todas as formas e, quando a tinha no ataque, tentava segurar
para fazer o tempo passar. Aos 50 minutos, Mariano deu bom passe para Alan
Kardec, que girou e mandou para fora.
E, aos 51 minutos, o tiro de misericórdia por parte do Botafogo. Depois
do chutão, Júnior Santos recebeu, foi à linha do fundo, driblou dois, entrou na
área, tentou acionar Matheus Martins que vinha chegando, mas Alan Franco cortou
e a pelota sobrou para o próprio camisa 11, que mandou para o gol e sacramenta
o título inédito para o clube de General Severiano.
Após a comemoração, o autor do gol recebeu o cartão amarelo. Mas, em
seguida, o árbitro argentino Facundo Tello encerrou a partida. Fim de jogo no
Monumental de Núñez: Atlético Mineiro 1, Botafogo 3. O Glorioso é campeão da
Copa Libertadores da América 2024, o maior título da história do Fogão em seus
120 anos (considerando a fundação do clube de futebol, já que a equipe de
regatas existe desde 1894) e entrou foi o último clube dos considerados dentre
os 12 grandes do Brasil a vencer o torneio mais cobiçado do continente.
O primeiro tempo da decisão entre Atlético e Botafogo começou da pior
forma possível para o time da Estrela Solitária, com a expulsão de Gregore com
apenas 40 segundos de bola rolando, tornando-se a expulsão mais rápida da história
das finais da competição. A situação poderia favorecer o time mineiro que, como
era de se esperar, tentou ir para cima, rondou a área botafoguense, mas os
comandados de Artur Jorge fizeram duas linhas de quatro compactas, conseguiu se
organizar sem precisar fazer substituição, aos poucos, foi equilibrando o jogo.
O Galão, por sua vez, investiu em cruzamentos na área e de chutes de fora da
área com Hulk, sendo que, em dois deles, John fez boas defesas. Mas a equipe
carioca se arriscou, foi para o ataque, trocou passes pacientemente e conseguiu
abrir o placar. Aos 34 minutos, Almada acionou Luiz Henrique na área, o camisa
7 ajeitou para Marlon Freitas, que chutou, a bola desviou no caminho e sobrou
para o próprio Luiz Henrique, que chutou cruzado, sem dar chances de defesa
para Everson. O
Atlético sentiu e, ainda baqueado com o gol sofrido, no final do primeiro
tempo, a situação se complicou: Arana tentou proteger a bola para a saída de
Everson, mas Luiz Henrique foi mais rápido, desviou a bola e foi derrubado pelo
goleiro atleticano. O árbitro foi alertado pelo VAR, marcou a penalidade a
favor do Fogão. Na cobrança, Alex Telles ampliou para os cariocas. Para o segundo tempo, Gabriel Milito voltou
com três mudanças e foi para cima. Com menos de dois minutos, Hulk cobrou o
escanteio e o baixinho Vargas, de cabeça, mandou no canto superior de John,
incendiando a decisão. A partir daí, foi um verdadeiro “ataque contra defesa”.
O Atlético Mineiro insistiu em bolas alçadas na área, especialmente com Hulk.
Vargas teve duas oportunidades boas para empatar, mas faltou capricho nas
conclusões. Então, aos 51 minutos, o Fogão confirmou o título com Júnior
Santos. No último lance, ele recebeu na direita, driblou dois, tentou acionar
Matheus Martins, que vinha livre pelo meio, Alan Franco interceptou, mas a
esférica voltou para o camisa 11, que mandou para o gol vazio. Curiosamente, o
enredo do resultado dessa decisão foi idêntico ao que o arquirrival do
Atlético, Cruzeiro, sofreu na semana anterior na final da Copa Sulamericana contra
o Racing: sofreu 2 a 0 no primeiro tempo, descontou na etapa final, mas viu o
título sucumbir no último lance com o terceiro gol do oponente.
Mas, mesmo com a conquista do continente, as
atenções do Botafogo ainda estarão voltadas para o Campeonato Brasileiro, na
qual lidera o certame com 70 pontos e só depende de si para fazer a dobradinha.
O próximo compromisso do Glorioso é contra o Internacional na quarta-feira, às
21h30, no Beira-Rio. Se vencer o Colorado e o Palmeiras não triunfar contra o
Cruzeiro, em Belo Horizonte, o Fogão será campeão brasileiro com uma rodada de
antecedência. Depois, disputará a última rodada do Brasileirão e, no dia 11 de
dezembro, vai ao Qatar jogar contra o Pachuca, do México, pela segunda fase da
Copa Intercontinental da FIFA. Já o Atlético Mineiro, por sua vez, chegou a uma
incômoda sequência de onze jogos sem vencer, perdeu duas finais (Copa do Brasil
e Libertadores) e corre o risco de ficar de fora da próxima Liberta.
A seguir, o resumo da campanha dos campeões e
a ficha técnica da decisão.
Data - Jogo -
Local:
Segunda Fase:
21/02 - Aurora (BOL) 1x1 Botafogo (BRA) -
Félix Capriles, Cochabamba (BOL)
28/02 - Botafogo (BRA) 6x0 Aurora (BOL) -
Nilton Santos, Rio de Janeiro (BRA)
Terceira Fase:
06/03 - Botafogo (BRA) 2x1 Red Bull Bragantino
(BRA) - Nilton Santos, Rio de Janeiro (BRA)
13/03 - Red Bull Bragantino (BRA) 1x1 Botafogo
(BRA) - Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (BRA)
Fase de Grupos
(Grupo D):
03/04 - Botafogo (BRA) 1x3 Junior de
Barranquilla (COL) - Nilton Santos, Rio de Janeiro (BRA)
11/04 - LDU Quito (EQU) 1x0 Botafogo - Casa
Blanca, Quito (EQU)
24/04 - Botafogo (BRA) 3x1 Universitario (PER)
- Nilton Santos, Rio de Janeiro (BRA)
08/05 - Botafogo (BRA) 2x1 LDU Quito (EQU) -
Nilton Santos, Rio de Janeiro (BRA)
16/05 - Universitario (PER) 0x1 Botafogo (BRA)
- Monumental, Lima (PER)
28/05 - Junior de Barranquilla (COL) 0x0
Botafogo (BRA) - Metropolitano, Barranquilla (COL)
Oitavas-de-final:
14/08 - Botafogo (BRA) 2x1 Palmeiras (BRA) -
Nilton Santos, Rio de Janeiro (BRA)
21/08 - Palmeiras (BRA) 2x2 Botafogo (BRA) -
Allianz Parque, São Paulo (BRA)
Quartas-de-final:
18/09 - Botafogo (BRA) 0x0 São Paulo (BRA) -
Nilton Santos, Rio de Janeiro (BRA)
25/09 - São Paulo (BRA) (4)1x1(5) Botafogo
(BRA) - Morumbis, São Paulo (BRA)
Semifinais:
23/10 - Botafogo (BRA) 5x0 Peñarol (URU) -
Nilton Santos, Rio de Janeiro (BRA)
30/10 - Peñarol (URU) 3x1 Botafogo (BRA) -
Centenario, Montevidéu (URU)
Final:
30/11 - Atlético Mineiro (BRA) 1x3 Botafoto
(BRA) - Monumental, Buenos Aires (ARG)
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO MINEIRO (BRA) x BOTAFOGO (BRA)
Competição/Fase: Copa
Libertadores da América 2024 - final (jogo único)
Local: Estádio
Monumental Antonio Vespucio Liberti (Monumental de Núñez), Buenos Aires (ARG)
Data: 30 de novembro
de 2024, sábado - 17h (horário de Brasília)
Árbitro: Facundo Tello
(ARG)
Assistentes: Ezequiel
Brailovsky (ARG) e Gabriel Chade (ARG)
Cartões Amarelos: Battaglia,
Lyanco, Fausto Vera e Hulk (Atlético Mineiro); Alex Telles, Almada, Igor Jesus
e Vitinho (Botafogo)
Cartão Vermelho: Gregore
(Botafogo)
Gols: Luiz Henrique,
aos 34 min (0-1); Alex Telles (de pênalti), aos 42 min do 1° tempo (0-2);
Vargas, aos 2 min (1-2); e Júnior Santos, aos 51 min do 2° tempo (1-3)
ATLÉTICO MINEIRO
(BRA):
22.Everson; 2.Lyanco (25.Mariano), 21.Battaglia e 8.Junior Alonso; 6.Gustavo
Scarpa (11.Vargas), 18.Fausto Vera (20.Bernard), 23.Alan Franco e 13.Guilherme
Arana; 7.Hulk, 10.Paulinho e 9.Deyverson (14.Alan Kardec). Técnico: Gabriel Milito
BOTAFOGO (BRA): 12.John;
22.Vitinho, 34.Adryelson, 20.Alexander Barboza e 13.Alex Telles (21.Marçal);
26.Gregore, 17.Marlon Freitas, 7.Luiz Henrique (37.Matheus Martins),
10.Savarino (5.Danilo Barbosa) e 18.Almada (11.Júnior Santos); 99.Igor Jesus
(28.Allan). Técnico: Artur Jorge
Parabéns ao Botafogo Futebol e Regatas pelo
título.
Por Jorge Almeida
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