Scorpions: 45 anos de “Animal Magnetism”
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“Animal Magnetism”, do Scorpions, completa 45 anos de lançamento em 2025. |
Hoje, 31 de março, o sétimo trabalho de estúdio do Scorpions, “Animal Magnetism”, chega aos seus 45 anos. Produzido por Dieter Dierks, a obra foi gravada entre outubro de 1979 e fevereiro de 1980 no Dierks Studios, em Stommeln, na então Alemanha Ocidental, e no Manta Saound Studios, em Toronto, no Canadá. O play foi lançado pela Mercury Records na América do Norte e pela Harvest no mercado europeu.
O
álbum foi o último gravado pela banda antes da cirurgia que o vocalista Klaus
Meine fez nas cordas vocais, o que modificou significativamente seu timbre de
voz. Mas a banda manteve a receita dos últimos trabalhos: produção de Dieter
Dierks, outra capa assinada pela Hipgnosis (falaremos dela mais abaixo) e os
temas assinados entre Rudolf Schenker, Klaus Meine e Herman Rarebell. No
entanto, a obra soou como uma espécie de “irmão do meio” no hiato em que
os caras lançaram os petardos: “Lovedrive”
(1979) e “Blackout” (1982),
mas que manteve o som característico que o grupo ostentaria para a década de
1980.
O
play começa como “Make
It Real”, um tema Hard Rock conduzido pelo baixo maroto e
eficiente de Francis Buchholz e pelas guitarras “gêmeas” (na verdade, dobras em
estúdio por Mathias Jabbs). Na sequência, os caras dão uma acelerada em “Don’t Make No Promises (Your
Body Can’t Keep)”, com uma linha de metal clássico e acaba em
um Hard Rock puro, mas o espetáculo fica por conta do vocal de Klaus Meine. A
obra segue com a dobradinha “Hold
Me Tight” e “Twentieth
Century Man”, que são dois ótimos Hard Rock, em que os vocais
de Meine (mais uma vez) arregaçam. E o lado A da obra termina com um dos
grandes momentos do play: a balada “Lady Starlight”, que começa com uma melodia suave
que até deixa o ouvinte “relax” até a parte em que o solo aparece para, posteriormente,
a música dar um “boom” juntamente com a presença da bateria. E que,
parafraseando o narrador Silvio Luiz, “pelo amor dos meus filhinhos!”, que solo espetacular
de Matthias Jabs nessa música.
A
segunda parte de “Animal
Magnetism” começa com “Falling In Love”, um Hard Metal básico com mais um
bom momento protagonizado por Klaus Meine. Enquanto na pesada “Only A Man”, o
tema posterior, o vocalista canta à capela para, depois, os riffs das guitarras
entram para lhe acompanhar. A penúltima faixa é a clássica e hipnótica “The Zoo”, que é
presença certa nos shows do grupo, a música é crua e o vocal, que chega a
sussurrar em alguns trechos, é arrebatador no refrão. E, para finalizar, o
erotismo se faz presente em “Animal
Magnetism”, um quase Doom Metal que encerra brilhantemente essa
maravilha de disco.
Anos
depois, em 2001, a EMI remasterizou o álbum e incluiu uma faixa extra – “Hey You”,
cantada por Rudolf Schenker, com Klays Maine fazendo o backing vocal. A música
foi originalmente gravada durante as sessões de “Loverdrive”, em 1979, e, posteriormente, lançada no
lado B do single “The
Zoo”. Uma versão remixada e mais curta da mesma música, que
saiu em 1989 nas versões norte-americana e japonesa da coletânea “Best Of Rockers ‘N’ Ballads”,
saiu na reedição lançada em 2015 (para celebrar os 50 anos do grupo), que
contém, além desta, mais cinco faixas bônus.
A
capa de “Animal Magnetism”
foi criada por Storm Thorgerson, da Hipgnosis, e, como as anteriores da banda,
também causou controvérsia, mas que, nesse caso, não resultou na substituição
por uma capa alternativa, como foram nos casos de “In Trance” (1975), “Virgen Killer” (1976) e o já citado “Loverdrive” (1979),
mas, curiosamente, uma das capas mais bizarras do Scorpions, “Fly To The Rainbow”
(1974), nunca teve o privilégio de ter um trabalho de arte melhor. Mas,
voltando para “Animal
Magnetism”, de acordo com o então baixista Francis Buchholz, Herman
Rarebell criou o título da obra, mas que ele, em particular não gostou da capa,
ao contrário dos demais, porém, gostou do cachorro presente. E, cá entre nós,
se o disco fosse lançado nos dias de hoje, certamente, haveria pressão por
conta da sugestiva imagem, que possivelmente desagradaria os movimentos
feministas.
E, só para finalizar, esse trabalho dos alemães encarou uma concorrência dura naquele ano de 1980. Pois, grandes clássicos foram lançados na época: “Back In Black”, do AC/DC; “Heaven And Hell”, do Black Sabbath; “British Steel”, do Judas Priest; o ‘debut’ do Iron Maiden; “Ace Of Spades“, do Motörhead; “Blizzard Of Ozz”, de Ozzy Osbourne, só para citar alguns. No entanto, é um belo trabalho do Scorpions, que pode ser conferido sem medo de ser feliz. Vale a aquisição.
A seguir, a
ficha técnica e o tracklist (da versão de 2015) da obra.
Por Jorge
Almeida
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