Deep Purple: 45 anos de “Deep Purple In Concert”

 

"Deep Purple In Concert", lançado durante o período de inatividade do Deep Purple, completa 45 anos de lançamento em 2025.

Nesta segunda-feira, 1° de dezembro, o álbum “Deep Purple In Concert”, registro ao vivo do Deep Purple, completa 45 anos de seu lançamento. Produzido por Jeff Griffin e Pete Dauncey, o disco foi lançado pela Harvest Records, no Reino Unido, pela Spitfire Records, nos Estados Unidos, em 2001, e pela Purple Records na Irlanda. O material foi gravado em dois períodos: em 19 de fevereiro de 1970, nos estúdios da BBC, e 9 de março de 1972, no Paris Theatre, em Londres. As duas gravações foram feitas pela BBC para sua série ao vivo “In Concert”.


O LP 1 (posteriormente o primeiro CD) contém uma apresentação do Deep Purple que, na época da apresentação, estava com a sua formação clássica – Blackmore, Gillan, Glover, Lord e Paice – e interveio no último momento para a atração da tradicional emissora britânica porque Joe Cocker cancelou a sua aparição que estava programada e a performance aconteceu próximo ao lançamento do discaço “In Rock” (1970). Enquanto no LP 2 ou, se preferir, o segundo CD, é oriunda de um show realizado em março de 1972. Na época, o Purple estava a promover o álbum “Machine Head” (1972), que saiu pouco tempo depois. Curiosamente, neste registro é o único da vasta discografia do grupo que tem a faixa “Never Before” (que foi lançada como single na época) ao vivo e outro destaque ficou também pela presença de “Maybe I’m A Leo” (porém, essa apenas na versão em CD), ou seja, essas duas foram tocadas pelo grupo no lugar da habitual “Child In Time” que fazia parte do setlist da banda também em 1972.


O álbum começa com “Speed King”, mas que, infelizmente, teve a sua fantástica introdução cortada. Na sequência, vem “Child In Time”, com um hesitante Jon Lord na ‘intro’ nessa versão matadora da música, que foi a melhor versão ao vivo já feita pelo Purple e, para não perder o costume, Ritchie Blackmore manda muito bem em seu antológico solo. Posteriormente, a banda apresenta dois temas do MK I (a primeira formação do DP): “Wring That Neck” e “Mandrake Root”, que estavam mais curtas do que costumavam ser, apesar de ambas passarem dos 17 minutos. Mas apreciar os “embates” entre o Hammond de Jon Lord e a guitarra de Blackmore fazem valer a pena o registro dessa fase “progressiva” do Deep Purple, fechando, assim, o CD 1 com maestria.


O segundo disco, abre com “Highway Star”, uma excelente versão, com destaque para o peso e o baixo muito forte tocado por Roger Glover e os solos de teclados e guitarras um pouco mais extenso que o normal. Posteriormente, a incrível “Strange Kind Of Woman”, que tem uma qualidade de gravação excelente e que contém o ótimo “dueto” entre a guitarra de Blackmore e a voz de Gillan. Depois, a obra apresenta uma dobradinha que dificilmente aparecem nas apresentações ao vivo (pelo menos nos registros oficiais da banda): “Maybe I’m A Leo”, que só está presente na versão em CD do álbum, e “Never Before”, o que faz este álbum ser digno de nota por ter versões ao vivo dessas duas músicas do “Machine Head” que foram feitas apenas para a ocasião deste show ao vivo. Aliás, que baita atuação de Ian Paice nessa música. O play segue com a clássica “Lazy”, que, evidentemente, teve o protagonismo de Jon Lord, onde ele destila todo o seu talento e improviso em seu Hammond. Em seguida, é a vez da “quilométrica” “Space Truckin’”, em que os caras fazem uma versão com mais de 20 minutos, com muito improviso e com direito de incluir um trecho de “The Mule”. A penúltima faixa é “Smoke On The Water” que, naquela época, ainda não era um clássico do rock, afinal, nem o álbum oficial havia sido lançado ainda. E, para encerrar, uma versão arrebatadora de “Lucille”, de Little Richard.


Vale reforçar que “Maybe I’m A Leo” e “Smoke On The Water” não foram incluídas no lançamento original do vinil duplo de 1980, apesar de a segunda ter sido lançada como single. Aliás, também é bom destacar que “Deep Purple In Concert” foi relançado em 2001, cujo os comprimentos de algumas faixas estão incorretos. Já, em 2004, o conteúdo do segundo disco foi remasterizado e lançado na SACD como Live na BBC, na Audio Fidelity, com duas faixas bônus (versões de estúdio de “Hush” e “River Deep Mountain High“). Enquanto em 2012, o teor do segundo disco foi remixado e lançado como “In Concert ’72”, com o setlist original em sua ordem correta pela primeira vez. Não foi bem a gravação completa, já que parte do bate-papo entre as canções foi interrompida, provavelmente para fins de tempo. Porém, nenhuma música foi perdida.


Como a qualidade do som do primeiro disco é excelente aliado com as performances incríveis do quinteto, uma ótima interação instrumental e solos fabulosos, esse álbum é tão bom quanto o lendário “Made In Japan” (1972). E, só para finalizar, curiosamente, quando o disco foi lançado, no caso, o LP duplo, em 1980, o Deep Purple estava inativo.


A seguir, a ficha técnica e o tracklist (versão CD) da obra.

Álbum: Deep Purple In Concert
Intérprete: Deep Purple
Lançamento: 1° de dezembro de 1980
Gravadoras/Distribuidoras: Harvest Records (Reino Unido) / Spitfire Records (EUA) / Purple Records (Irlanda)
Produtores: Jeff Griffin (1970) / Pete Dauncey (1972)


Ritchie Blackmore: guitarra
Ian Gillan: voz
Roger Glover: baixo
Jon Lord: teclados e órgão Hammond
Ian Paice: bateria


CD 1:
1. Speed King (Blackmore / Gillan / Glover / Lord / Paice)
2. Child In Time (Blackmore / Gillan / Glover / Lord / Paice)
3. Wring That Neck (Blackmore / Lord / Paice / Simper)
4. Mandrake Root (Blackmore / Evans / Lord)


CD 2:
1. Highway Star (Blackmore / Gillan / Glover / Lord / Paice)
2. Strange Kind Of Woman (Blackmore / Gillan / Glover / Lord / Paice)
3. Maybe I’m A Leo (Blackmore / Gillan / Glover / Lord / Paice)
4. Never Before (Blackmore / Gillan / Glover / Lord / Paice)
5. Lazy (Blackmore / Gillan / Glover / Lord / Paice)
6. Space Truckin’ (Blackmore / Gillan / Glover / Lord / Paice)
7. Smoke On The Water (Blackmore / Gillan / Glover / Lord / Paice)
8. Lucille (Collins / Penniman)

Por Jorge Almeida

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Chamado à reparação *

11ª Feira Diversa une cultura, empregabilidade e representatividade LGBTQIA+ em São Paulo *

Renegado lança MargeNow *